Conforme sondagem feita no mês passado com associados pela Abinee, entidade que abriga fabricantes de produtos como notebooks, smartphones e tevês, a dificuldade na aquisição de componentes e matérias-primas, relatada por 47% das empresas, não só caiu bastante em relação ao porcentual de maio (61%) como está no menor nível desde agosto de 2020.
Estão quase acabando as reclamações, feitas por apenas 3% das fábricas, relacionadas à dificuldade na compra de materiais como embalagens, materiais plásticos, aço e cobre – itens bastante disputados durante a arrancada da produção industrial após o primeiro choque da pandemia.
Já em relação aos componentes eletrônicos, cuja escassez representa o maior gargalo dessa indústria, os impactos na produção continuam, porém com menos ocorrências. Conforme a pesquisa da Abinee, metade das empresas (50%) teve em junho atrasos ou, na minoria dos casos, paradas de parte da produção em razão da irregularidade na oferta global de semicondutores. Ainda é um número considerado elevado, mas menor do que o total registrado em maio, quando 57% das fábricas tiveram a produção de alguma forma prejudicada pela falta de componentes eletrônicos, no maior porcentual desde que a pesquisa começou a acompanhar, em fevereiro do ano passado, os estragos da escassez global de chips na indústria de aparelhos eletroeletrônicos.
A avaliação na indústria é de que a reabertura do porto de Xangai, cujo fechamento por dois meses causou um caos no transporte internacional de cargas, trouxe algum alívio ao fluxo de insumos. Do porcentual de 75% apurado em maio, o total de empresas com dificuldade de comprar semicondutores caiu para 63%, ao passo que a parcela de fábricas com estoques de peças abaixo do normal recuou de 24% para 18%. Porém, a Abinee, que prefere aguardar por mais dados, ainda considera prematuro avaliar se a situação está mesmo voltando ao normal.