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Abrir mão de receita não ajuda inflação estrutural, diz presidente do BC

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Estadão Conteúdos

No dia em que o ministro da Economia, Paulo Guedes anunciou que o governo pretende reduzir 25% da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), com impacto de R$ 20 bilhões por ano, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que abrir mão de arrecadação não ajuda a inflação. “Tanto no caso global como no nosso caso, abrir mão de receita não ajuda inflação estrutural”, disse ele, em evento do BTG Pactual.

Questionado sobre impactos da redução do IPI, Campos Neto afirmou achar “curioso alguns países atacarem inflação persistente com medidas fiscais”, comentou, em um discurso similar ao já feito para a redução de impostos sobre combustíveis.

Mas emendou: “Não estou falando do Brasil, estou falando de outros países que baixaram impostos”.

Sintonia com Guedes sobre previsões do mercado

Em linha com o discurso de Guedes, Campos Neto, afirmou que economistas que têm feito previsões de PIB para este ano próximo a zero devem revisar as projeções para cima.

Para o presidente do BC, houve uma interpretação inicial de que o pico inflacionário seria entre abril e maio deste ano, mas negou que tenha feito essa previsão – apesar de já ter afirmado isso em entrevistas recentes.

O real, disse Campos Neto, é a melhor moeda em 12 meses. Ele também afirmou que a taxa de inadimplência “segue comportada apesar de comprometimento de renda ter subido”.

Apesar da alta taxa dos juros, Campos Neto declarou que o “crédito tem se comportado bem em termos de crescimento”.

Com a entrada de projetos de infraestrutura no país, o presidente do BC afirmou que haverá a percepção de que o crescimento estrutural é maior.