Os dados são do Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em conjunto com a PiniOn. A pesquisa foi realizada com 1.676 pessoas, de todas as regiões do País. A percepção negativa das famílias em relação à sua situação financeira atual se mantém presente, e se reflete em menor disposição para aquisição de bens e itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão.
O fim das restrições e a maior mobilidade social, além do aumento da ocupação, das injeções de recursos oriundos do saque do FGTS, da antecipação do 13º de aposentados e pensionistas e dos reajustes de salários do funcionalismo público estadual e municipal são os fatores que explicam o aumento da confiança em determinados grupos analisados, de acordo com o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.
Quanto às classes mais altas, que demonstram mais pessimismo, ele argumenta que o sentimento se relaciona à renda e informações. “Essas famílias contam com renda relativamente mais elevada e, portanto, são menos beneficiadas por recursos extras e auxílios governamentais, além de acompanharem mais de perto os cenários de incerteza interna e mundial”, complementa Ruiz de Gamboa.
Para o economista, porém, os dados sinalizam recuperação da confiança do consumidor com base, principalmente, na melhora da expectativa da situação financeira futura.