Em relatório mensal publicado nesta quarta-feira, a AIE cortou sua projeção para a demanda chinesa por petróleo este ano em 400 mil barris por dia (bpd), a 15 milhões de bpd, 420 mil bpd a menos do que em 2021. Para 2023, a agência com sede em Paris reduziu sua previsão para o consumo chinês em 300 mil bpd, a 16 milhões de bpd.
A China, segunda maior economia do mundo, tem sido o retardatário na demanda por petróleo. Em outros países, o consumo de petróleo tem se mantido surpreendentemente alto, apesar do salto na inflação global, aumentos de juros e desaceleração econômica. No documento, a AIE avalia que o consumo nos EUA vem superando as expectativas e está forte também no Oriente Médio, onde temperaturas quentes estimulam uma demanda acima da média por geração de eletricidade a óleo.
Já na Europa, o salto nos preços do gás natural – gerado pela suspensão pela Rússia dos fluxos através do gasoduto Nord Stream 1 – ajuda a incentivar a demanda por petróleo, à medida que usinas de energia migram para a commodity. Essa tendência deverá responder por um impulso de 700 mil bpd no período de seis meses até março de 2023, diz a AIE, cerca de 150 mil bpd a mais do que a agência estimava no relatório do mês passado.
Para este ano, a AIE cortou sua projeção para o avanço na demanda global por petróleo em 100 mil bpd, a 2 milhões de bpd. No caso de 2023, a agência segue prevendo alta de 2,1 milhões de bpd na demanda. Desta forma, a AIE espera que o consumo total atinja 99,7 milhões de bpd em 2022 e 101,8 milhões de bpd no ano que vem.
A AIE também ajustou levemente para cima suas projeções de oferta global do petróleo neste ano, a 100,1 milhões de bpd, e em 2023, a 101,8 milhões de bpd.
Para a oferta fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a AIE manteve sua previsão para 2022, em 65,5 milhões de bpd, mas cortou a do próximo ano em 100 mil bpd, a 66,2 milhões de bpd. (FONTE: DOW JONES NEWSWIRES)