A ofensiva da Vibra esquenta o debate sobre a abertura do mercado de distribuição do QAV no momento em que a Anac promove uma consulta pública sobre o tema, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A previsão que consta do edital da 7ª rodada também está na proposta de nova regulamentação apresentada pela agência, que pretende reafirmar e dar mais clareza às regras de livre acesso à infraestrutura de distribuição do combustível nos aeroportos, atividade hoje dominada por Vibra, Raízen e Air BP.
O movimento da Vibra se assemelha à estratégia da Raízen no passado, que foi à Justiça alegando “intervenção indevida” da Anac nos contratos referentes à 6ª rodada de concessão do governo, que ocorreu em abril de 2021. Na impugnação ao edital da 7ª rodada, a Vibra afirmou que a previsão de a agência reguladora analisar os contratos entre operadores e distribuidoras previamente causaria uma “intervenção estatal excessiva no domínio econômico”.
Ao negar o pedido, a comissão de licitação da Anac destacou que a cláusula impugnada também está presente nos contratos da 5ª e 6ª rodada de concessões e que, portanto, trata-se de uma regulação já em execução no setor. “A submissão de contratos à Agência para análise compõe o rol de atividades inerentes à consecução das finalidades da própria Agência Reguladora dispostas em lei, na medida em que cabe à ANAC adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento e fomento da aviação civil e da infraestrutura aeroportuária do País”, rebateu a área técnica do órgão regulador, que fundamentou a decisão assinada no último dia 30.
Procurada, a Vibra afirmou ao Broadcast que está avaliando as medidas que podem ser adotadas e reforçou que o edital, no seu entender, interfere sobre a liberdade econômica dos agentes prevista em lei, “fato que pode reduzir a atratividade a investimentos em infraestrutura”.