Esse foi também o leilão da Bacia de Santos. Apenas ela, onde está a maior parte do pré-sal brasileiro, atraiu os investidores. Nem mesmo a Bacia de Campos, que já foi o principal centro nacional de produção de petróleo, recebeu oferta de petrolíferas.
“O leilão foi um sucesso. Essa rodada teve foco em novas fronteiras. As empresas definiram investimentos no ano anterior, quando a crise estava mais acentuada. Por isso, não havia expectativa de que todos os blocos seriam arrematados”, afirmou o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia.
Alvo de contestações judiciais, os blocos das bacias Potiguar e de Pelotas também não atraíram investidores. Essas áreas são consideradas de alta sensibilidade ambiental e, para que empresas petrolíferas comecem a desenvolvê-las precisariam do aval do Ibama.
Investidores temem repetir o que aconteceu na Foz do Amazonas. A Total e a BP desistiram dos projetos na região porque, mesmo tendo pago bônus de assinatura à União, não conseguiram explorar as áreas por falta de licenciamento ambiental.
Ao todo, o governo arrecadou R$ 37,14 milhões, valor pago quase que exclusivamente pela Shell. Sem concorrentes, a petrolífera anglo-holandesa não ofereceu ágio pelas áreas. Os lances foram os mínimos previstos em edital. Segundo a ANP, o investimento nessas áreas é projetado em R$ 136,345 milhões.
Os blocos que não foram arrematados vão entrar automaticamente na rodada de oferta permanente, no qual as empresas apontam as áreas dos seus interesses. A expectativa é de que, no futuro, num cenário econômico melhor, essas áreas atraiam investidores.