O grupo ainda aguarda a decisão do governo federal sobre a devolução de créditos tributários que tem a receber desde quando aderiu ao programa Inovar-Auto, criado em 2012 para incentivar novas empresas a se instalarem no País, e encerrado em 2017.
Em setembro de 2020, quando anunciou que a fábrica suspenderia a produção no início deste ano, o presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck, condicionou o retorno ao pagamento da dívida, ainda que de forma escalonada. Embora a questão não esteja 100% resolvida, ele disse estar otimista com uma solução do Ministério da Economia em breve.
Dessa decisão vai depender o valor do investimento na produção local. Inicialmente, a capacidade produtiva será de 4 mil veículos ao ano. Quando a linha foi inaugurada, em 2015, a eram 20 mil unidades, volume nunca atingido. Inicialmente, a operação será praticamente de montagem de partes dos veículos que serão importadas.
“A matriz queria encerrar a produção local, e não foi simples convencê-la”, afirma Roscheck, que ocupa o cargo desde 2017. “Levamos em conta quanto o consumidor valoriza a marca quando o produto é local. Significa também que acreditamos no País, na qualidade da fábrica e da mão de obra local”, afirma. “E a matriz entendeu.”
A dívida total do governo com créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com as três marcas premium alemãs é de R$ 287 milhões. A maior parte (quase 70%) é com a Audi e o restante com a Mercedes-Benz – que fechou sua fábrica de carros em Iracemápolis (SP) em dezembro do ano passado e vendeu as instalações para a chinesa Great Wall – e a BMW.
Elétricos
A Audi também anunciou que vai investir R$ 20 milhões, em parceria com a rede de concessionárias, na instalação de postos de recarga rápida para carros elétricos em suas 42 revendas no País. Uma carga completa pode ser feita em 20 minutos. A marca, que globalmente terá toda a produção voltada a carros elétricos a partir de 2033, tem quatro modelos à venda no Brasil, que respondem por 5% dos seus negócios.
O grupo deve encerrar o ano com vendas de 6 mil automóveis. Não fosse a falta global de carros por causa da escassez de semicondutores, o volume chegaria a 10 mil, disse Roscheck.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.