O modelo proposto pelo BC é que a liquidez no real digital seja compartilhada com as instituições financeiras, como ocorre hoje com a moeda “tradicional”. A ideia é que a CBDC só seja usada para transferências entre os bancos e as fintechs, mas que a população use os “depósitos tokenizados” para fazer pagamentos digitais.
Tokenização é a representação digital de um ativo. Nesse caso, o BC propõe que os bancos e instituições de pagamento façam “stablecoins” – espécie de ativo virtual com lastro em ativos, normalmente moedas – dos depósitos bancários, de modo que não afete a atividade de crédito. Segundo Araujo, o Fed anunciou ontem uma prova de conceito de CBDC, que, na prática, leva a uma configuração parecida à proposta da autoridade monetária brasileira.
“Essa característica era muito particular do sistema brasileiro, mas não somos mais os únicos que estamos olhando para esse lado”, disse no Encontro LIFT: Real Digital, evento realizado pelo Banco Central e pela Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac).
O coordenador do real digital explicou que a CBDC seria usada para transações entre instituições financeiras e também para transferências entre países, assim como para pagamentos offline. “O real digital cumpriria função de atacado. Ideia é que serviços financeiros sejam feitos na versão tokenizada dos depósitos.”