A Casa Rosada justificou que a medida busca minimizar a escalada de preços dos alimentos em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que vem impactando as cotações do trigo, milho, girassol e seus derivados. No caso do trigo, o preço subiu 37% desde o início do conflito na Europa. O governo argentino aumentou ainda os impostos de exportação de óleo de soja e farelo, de 31% para 33%.
“Estamos defendendo os consumidores argentinos sem prejudicar nossos produtores, disse o ministro argentino de Agricultura, Pecuária e Pesca, Julián Domínguez, em entrevista coletiva neste sábado, qualificando as medidas como “temporárias” e assegurando que pretendem garantir a “previsibilidade” aos produtores.
Domínguez explicou que Fernández solicitou a “estabilização o preço do trigo em valores pré-guerra enquanto durarem as consequências do aumento devido ao conflito”. Pediu ainda a dissociação do preço argentino dos internacionais.
No pronunciamento de ontem, o presidente da Argentina disse que o governo irá controlar a fiscalizar preços e que haverá uma “batalha contra os especuladores”. O objetivo é o de aumentar o poder de compra dos salários, afirmou.
Reações
A Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina (Ciara) rejeitou categoricamente a medida, por considerar que ameaça “a industrialização da soja no país”. A instituição estuda a possibilidade de entrar na Justiça contra o decreto.
Já o presidente da Associação da Cadeia da Soja Argentina, Luís Zubizarreta, disse à imprensa local que a medida significa retirar “a competitividade do setor que tem mais potencial na Argentina”.