A grande maioria dos ETFs listados na B3 hoje segue índices total return, onde todos os proventos dos ativos da cesta são reinvestidos nas cotas. Para a distribuição de proventos, os ETFs devem seguir índices price return.
Há algum tempo que a B3 trabalha para que esse novo tipo de ETF chegue à Bolsa, mas havia uma restrição de sistema e o aguardo pela maior maturidade de mercado e demanda, segundo Shibata. A executiva ainda contou ao Broadcast Investimentos que a B3 prioriza neste momento a viabilização dos ETFs que distribuem proventos e que seguem índices de ações locais ou internacionais .
“Sendo bem sucedida a conclusão dos testes que estamos fazendo, tanto do lado da B3 quanto do mercado, a partir do começo de 2023 já estaremos aptos a permitir esse tipo de listagem”, afirma Shibata, acrescentando que ETFs de renda fixa e fundo imobiliário com distribuição de proventos também devem ser colocados em discussão.
A Investo já manifestou interesse em ser pioneira para o lançamento desses ETFs em 2023. “Os clientes pedem muito. Seremos os primeiros”, disse Cauê Mançanares, presidente executivo da gestora.
Diversificação internacional
Os ETFs ganharam impulso no Brasil recentemente, com destaque a partir do início da pandemia, quando a taxa básica de juros baixa fez com que investidores buscassem alternativas “mais sofisticadas” para o portfólio, segundo Mançanares, da Investo. A gestora inclusive surgiu nessa onda, com lançamento em 2021 – e agora acumula 32 mil cotistas, R$ 200 milhões sob gestão e 17 ETFs.
Mançanares destaca que os investidores deveriam estar olhando para as oportunidades de diversificação com os mercados globais. Do lado da renda variável, pelos valuations atrativos das grandes empresas, e da renda fixa, pois com a marcação a mercado, “os papéis vão se valorizar quando os juros começarem a cair”, cenário que já está à vista, diz.