Em nota, a FGV destacou que a queda de novembro nos dois indicadores “reforça a preocupação com os principais desafios para o nível de atividades nos próximos meses, ao longo de todas as regiões e da maioria dos setores”.
“Entre esses desafios, os destaques são o quadro inflacionário global, o conflito na Ucrânia, e os efeitos da política de tolerância zero com a covid na China. Na medida em que nenhuma dessas questões tem probabilidade relevante de solução no curto prazo, as expectativas captadas pelos barômetros globais sinalizam consistentemente na direção de desaceleração da atividade econômica nos próximos meses”, diz a nota da FGV.
No Barômetro Coincidente Global, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, o desempenho negativo de novembro foi puxado pela região da Ásia, Pacífico & África, que contribuiu com 5,2 pontos para a queda do indicador agregado. A região Hemisfério Ocidental contribuiu com -0,9 ponto na queda agregada do barômetro, enquanto a Europa contribuiu negativamente com 0,4 ponto.
Apesar do ritmo menor de queda, com a leitura de novembro, o barômetro coincidente para a Europa registra uma sequência de 11 quedas seguidas e o ficou no menor nível entre todas as regiões. “A conjuntura macroeconômica 2022, com a guerra na Ucrânia e suas consequências, como a crise no fornecimento de energia nos países europeus, compõe o cenário desfavorável da região”, diz a nota da FGV.
No desagregado por setores, apenas o barômetro coincidente do Comércio subiu em novembro. “O indicador do setor de Serviços recuou quase 15 pontos e o da Indústria, quase 8,0 pontos. Com o resultado, Economia Geral (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais), Indústria, Serviços e Comércio estão na faixa dos 80 pontos, enquanto Construção se afasta cada vez mais da média histórica dos 100 pontos”, diz a nota da FGV.
No Barômetro Antecedente Global, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses, o destaque negativo foi novamente a região da Ásia, Pacífico & África, com contribuição negativa de 3,1 pontos no indicador agregado. A região Hemisfério Ocidental teve contribuição negativa de 0,8 ponto no agregado. Já a Europa ficou na contramão, com uma contribuição positiva de 0,5 ponto para o barômetro antecedente de novembro. No desagregado por setores, apenas os indicadores antecedentes referentes à Economia Geral tiveram desempenho positivo em novembro.
“Os indicadores retratam um cenário ainda pessimista das economias para os próximos meses ao oscilar na faixa dos 80 pontos desde abril deste ano”, diz a nota da FGV.
Calculados em parceria com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique, e divulgados no Brasil pela Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os dois indicadores são formados a partir dos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. O objetivo é alcançar a cobertura global mais ampla possível. O Barômetro Coincidente inclui cerca de mil séries temporais diferentes, enquanto o Barômetro Antecedente compreende em torno de 600 séries temporais.