Essas cinco instituições concentraram 74,9% dos ativos totais e 75,9% dos depósitos do mercado bancário brasileiro no fim de 2021. Em 2020, os porcentuais eram de 76,0% e 77,7%, respectivamente.
As instituições financeiras esperam que a inadimplência no crédito em 2022 atinja 1,75% entre as grandes empresas e 3,0% entre as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs). Os porcentuais fazem parte da Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC) do Banco Central (BC), publicada nesta quinta no REB.
Em relação a pessoas físicas, o documento não detalha os números esperados pelo mercado e diz apenas que a expectativa é de redução da inadimplência no crédito ao consumo ante o resultado observado em 2021, enquanto no crédito habitacional deve crescer.
As instituições financeiras esperam que o saldo de crédito para as grandes empresas suba 5,0% em 2022. No caso das MPMEs, a projeção das instituições é de alta de 10,0% do saldo de crédito este ano. Para as famílias, a autarquia disse apenas que a expectativa do mercado é de crescimento menor do crédito ao consumo e habitacional ante 2021.
As projeções do BC para a evolução do crédito bancário em 2022 são de crescimento de 14,2% do saldo total, com aumento de 17,2% do saldo de crédito com recursos livres e de 9,7% do saldo de crédito com recursos direcionados. Em 2021, o aumento total foi de 16,3%, com 20,3% para livres e 10,9% para direcionados.
Retorno superior no Brasil
O retorno obtido pelos bancos brasileiros em 2021 continuou superior ao verificado em boa parte dos países desenvolvidos e dos principais emergentes. Dados divulgados hoje pelo Banco Central mostram que o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) do sistema bancário brasileiro foi maior que o das instituições que atuam nos mercados da Turquia, Estados Unidos, Austrália, Indonésia, Índia, China, França e Itália. No mesmo grupo de países, apenas Rússia, Canadá e México têm sistemas bancários com maior retorno que o brasileiro.
“A maioria dos sistemas bancários de países representativos de diferentes continentes apresentou melhora na rentabilidade em 2021 quando comparado a 2020. Apesar da melhora, metade dos países (incluindo o Brasil) não superou o nível de ROE registrado em 2019, antes dos efeitos da pandemia”, destacou o BC.
De acordo com o REB, o crescimento da margem de juros, a redução das despesas com provisões e ganhos de eficiência foram os principais fatores responsáveis pela melhora na rentabilidade dos bancos brasileiros no ano passado.
Por outro lado, o BC aponta que permanece a disparidade nos níveis de retorno entre bancos de maior e menor porte no País. “Os bancos pequenos e micros não apresentaram recuperação de rentabilidade em 2021, resultado de um crescimento menor dos lucros e do aumento da base de capital de algumas instituições no período”, detalhou o documento.