O novo serviço, que permite que a população confira se tem dinheiro esquecido em contas encerradas com saldo disponível ou devido a tarifas cobradas indevidamente em operações de crédito, por exemplo, entrou em operação na última segunda-feira (24).
Mas, em meio à inflação nas alturas e as dificuldades financeiras da população, a demanda foi “muito superior à esperada”, e provocou instabilidade, seguida de indisponibilidade, no sistema e no site do BC, o que levou o órgão a retirar o SVR do ar.
Mesmo assim, o site do BC ficou completamente indisponível nos dias 25 e 26. Nesta quinta-feira (27), o site voltou a funcionar, mas ainda apresentou alguma instabilidade. Segundo a autarquia, no dia do lançamento do SVR, a quantidade de acessos ao site foi 20 vezes maior do que em um dia de alto volume – ou 50 vezes maior do que um dia normal.
“Para que o SVR possa voltar a atender a todos os cidadãos com estabilidade e segurança, o BC está investindo fortemente na ampliação de sua capacidade de atendimento”, disse o órgão nesta quinta, em nota.
A consulta aos valores esquecidos será feita em duas fases. O BC calcula que há R$ 3,9 bilhões em valores “esquecidos” nas instituições financeiras nessa primeira etapa, de 28 milhões de CPF e CNPJ. No total, são R$ 8 bilhões.
Além das consultas, também foram adiados os pedidos de solicitação de transferência, em caso de existência de algum valor a receber em instituições financeiras. Segundo o BC, essas solicitações poderão ser agendadas a partir de 7 de março, sendo que o cidadão será informado sobre a data em que poderá fazer o pedido imediatamente após identificar os valores a receber.
Inicialmente, o órgão tinha informado que as pessoas e empresas que tinham dinheiro a receber poderiam solicitar o resgate via Pix imediatamente pelo Registrato, sistema do BC em que a população pode consultar informações financeiras, se as instituições tivessem aderido a um termo específico junto ao BC. Depois, as instituições tinham 10 dias úteis para fazer a devolução. A outra alternativa era informar os dados de contato no Registrato e, em seguida, a instituição financeira deveria informar o meio de pagamento ou transferência.
“Os cidadãos não devem se preocupar com a manutenção de seus recursos não procurados nesse período. Não há risco de prescrição ou perda desses recursos, que permanecerão guardados pelas instituições financeiras à espera de seus proprietários”, esclareceu o BC hoje.
A autarquia ainda alertou sobre golpes utilizando o SVR. “O BC não entra em contato com os cidadãos. Qualquer informação sobre valores a receber só poderá ser obtida a partir de 14/02/2022 . A solicitação de resgate no SVR será feita por meio de usuário e senha e os recursos serão transferidos diretamente das instituições financeiras para os cidadãos, que não devem fazer qualquer depósito prévio a qualquer pessoa ou instituição.”