“O BC segue coletando dados e divulgará as notas, o Indeco e o Focus após o fim da greve. A produção das apresentações de conjuntura para o Copom é atividade essencial e, portanto, será realizada durante a greve”, afirmou o BC, em nota.
A greve já atrasa o Boletim Focus, os indicadores selecionados (Indeco), como movimento de câmbio contratado, e as notas de crédito, setor externo e fiscais do BC.
Como mostrou o Broadcast, economistas do mercado financeiro se mostram preocupados com o “apagão de dados” que pode ser provocada pela greve dos servidores a um mês do Copom, que ocorre nos dias 3 e 4 de maio. As expectativas de inflação, por exemplo, são variáveis importantes na decisão do colegiado.
A greve foi iniciada na última sexta, 1º de abril, e tem prazo indeterminado, em busca de reestruturação de carreira e recomposição salarial de 26,3%. Nesta terça-feira, o Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal) afirmou que a greve continuará por tempo determinado e pode ser intensificada, após reunião com o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia, Leonardo Sultani.
Segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o governo não apresentou qualquer proposta oficial para a reestruturação da carreira e para aumentar os salários.
Como consequência, a greve deve ser intensificada e pode interromper parcialmente o funcionamento do Pix e a distribuição de moedas e cédulas para as instituições financeiras.
“O Pix e outras atividades do BC não se encontram dentro do escopo da lei dos serviços essenciais. Portanto, a greve poderá interromper parcialmente o Pix e a distribuição de moedas e cédulas. E poderá interromper, parcial ou totalmente, a divulgação do boletim Focus e de diversas Taxas, o monitoramento e a manutenção do Sistema de Pagamentos Brasileiro e da mesa de operações, o atendimento ao público e outras atividades”, disse Faiad.