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BC japonês mantém política monetária e Kuroda diz que aperto seria inapropriado

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Estadão Conteúdos

O Banco do Japão (BoJ) decidiu deixar seus juros ultrabaixos inalterados, confirmando que não seguirá outros grandes bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed), dos EUA, e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), no aperto da política monetária.

Após reunião de dois dias concluída nesta sexta-feira, o BC japonês manteve sua taxa de juros para depósitos em -0,1% e a meta para o rendimento do bônus do governo do Japão (JGB) de dez anos em torno de 0%. Na expectativa do BoJ, os juros de curto e longo prazos irão se manter nos níveis atuais ou menores.

A moeda japonesa, o iene, vem operando perto dos menores níveis desde 1998, em meio à divergência das políticas monetárias do Japão e dos EUA.

Na decisão desta sexta, o BoJ também reiterou não ter limite para compras de JGBs e manteve o teto anual para aquisições de fundos de índices acionários, os chamados ETFs, em 12 trilhões de ienes. O BoJ prometeu ainda comprar JGBs a uma taxa fixa diariamente.

Em coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, reafirmou que o BC japonês irá manter a atual política ultra-acomodatícia e considera inapropriado apertar as condições monetárias no momento, embora a inflação japonesa tenha atingido a meta de 2% perseguida pela instituição.

Kuroda disse também que o BoJ não está considerando alterar a meta de juro do JGB de dez anos e descartou a possibilidade de uma revisão de sua política por enquanto.

Ele afirmou também que o BoJ está monitorando o impacto dos aumentos de juros do Federal Reserve na economia global.

Na quarta-feira, o Fed, como é conhecido o BC americano, elevou seu juro básico em 75 pontos-base, fazendo o maior ajuste do tipo desde 1994.