No documento, o BC destaca que o setor de turismo foi um dos mais afetados pela crise sanitária em 2020 e 2021 e ainda não voltou ao nível pré-pandemia, embora apresente recuperação nos últimos meses.
Na análise regional, a autarquia afirma que há níveis distintos de retomada, com destaque positivo para o Nordeste, apenas 0,4% abaixo do nível pré-pandemia, considerando a média de 2019. Na outra ponta, o turismo no Sudeste ainda está 23,7% aquém do patamar anterior à crise sanitária. A expectativa do BC, condicionada ao não agravamento da pandemia, é de avanço do setor nos próximos meses, com impactos relevantes no emprego.
“A maior participação das atividades turísticas no emprego formal no Nordeste, em comparação às demais regiões, torna essa retomada ainda mais relevante para a economia local”, destaca o BC.
Dados sobre voos comerciais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmam a avaliação de recuperação mais acentuada no Nordeste em relação a outras regiões do País, com destaque para os voos a aeroportos fora das capitais e mais próximos a importantes destinos turísticos, como Porto Seguro, Ilhéus e Fernando de Noronha.
No setor hoteleiro, dados da pesquisa do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) mostram que, dentre as capitais, Recife, Rio de Janeiro, Goiânia e Vitória atingiram em setembro ocupação próxima ao patamar histórico para o mês. “O total de pagamentos feitos ao setor hoteleiro através de cartões de crédito e débito revela recuperação em todas as regiões e mais acelerada no Nordeste, região que, desde junho, superou o patamar de 2019 em valores nominais.”
O BC ainda destaca que a análise por tamanho da cidade indica retomada mais forte do setor hoteleiro em municípios com até 250 mil habitantes, em todas as regiões. Segundo a autarquia, essa informação sugere uma retomada liderada pelo turismo de lazer interno, enquanto as viagens internacionais e de negócios ainda seguem limitadas pelas restrições da pandemia e pela mudança de hábitos das empresas, respectivamente.
Além disso, também indica que as famílias têm buscado destinos com atrações em espaço abertos, como praias em cidades menores, evitando atividade em lugares fechados ou com aglomerações.