Segundo o BCE, alterações climáticas são importantes para os bancos centrais e não se trata apenas de uma ameaça existencial à civilização, mas também acarretam riscos graves para a economia.
“Isso exigirá um enorme investimento e inovação, e tem implicações para a inflação durante a fase de transição. Também torna redundantes partes do capital social e cria riscos financeiros”, disse a entidade.
Até agora, a carteira de títulos corporativos do BCE tem sido orientada pela neutralidade do mercado e, portanto, reflete o universo de títulos existente. “No entanto, são as empresas de setores intensivos em carbono, em particular, que emitem esses títulos. Isso levou a um viés de carbono em nosso portfólio e um acúmulo de riscos climáticos em nosso balanço”, disse a entidade.
No documento, o BCE afirma que para reduzir esses riscos, vai direcionar os reinvestimentos de títulos corporativos com vencimento – cerca de 30 bilhões de euros por ano – para ativos emitidos por empresas com melhor desempenho climático. “Isso colocará gradualmente nossas participações em títulos corporativos em um caminho alinhado com o Acordo de Paris e os objetivos de neutralidade climática da UE.
Além disso, a entidade deve limitar a participação de ativos de empresas de alto carbono que podem ser dados como garantia por um banco ao tomar empréstimos. “No futuro, limitaremos as garantias a empresas e devedores que estejam em conformidade com os padrões de relatórios sustentáveis da UE”, acrescentou.
O BCE pontuou que as medidas têm dois efeitos: primeiro, reduzir os próprios riscos financeiros relacionados ao clima e, segundo, motivar os emissores de títulos a melhorar suas divulgações e reduzir suas emissões de carbono. Em última análise, o documento iz que isso ajudará a direcionar o capital para apoiar a transição verde.
O Banco Central Europeu ponderou que eventos climáticos extremos danificam a infraestrutura, destroem colheitas e aumentam os preços dos alimentos. “O BCE não pode ignorar as mudanças climáticas.” De acordo com a entidade, as alterações climáticas são uma prioridade para os legisladores europeus.
“Ao fazê-lo, o BCE pode, dentro do seu mandato, agir como um catalisador para tornar o sistema financeiro mais verde”, acrescentando que pode apoiar o desenvolvimento de mercados de capitais verdes, “necessários para financiar a transição para uma economia de baixo carbono.”