Em sessão de perguntas e respostas no Twitter do BCE, a dirigente disse que a elevação da taxa básica de juros não conseguiria reduzir os preços de energia. No entanto, ela afirmou que a política monetária precisa ficar atenta à situação. “Um período prolongado de alta inflação dos preços da energia pode levar a expectativas de inflação mais alta no futuro”, disse.
Isabel Schnabel acrescentou que, nos últimos anos, a conexão entre o crescimento da base monetária e a inflação se enfraqueceu. “A evolução da inflação depende da transmissão das medidas de política à economia real, que depende, por exemplo, da situação do setor bancário”, comentou.
A dirigente ainda defendeu que as economias se beneficiarão de uma transição para um modelo sustentável, com fontes de energia sustentáveis. “Esta é principalmente a responsabilidade dos governos. Mas estamos empenhados em fazer a nossa parte, que se refletirá nas nossas operações de política monetária”, destacou.
Inflação elevada por mais tempo
Isabel Schnabel admitiu que a inflação na zona do euro deve ficar elevada por mais tempo que o esperado e que há risco de que a trajetória dos preços siga em alta no curto prazo. Ela comentou que provavelmente a inflação “cairá gradualmente” mais perto do fim deste ano, mas ponderou que as incertezas seguem altas, o que dificulta projeções. “Você pode confiar em nós que levaremos essa incerteza em consideração em nossa tomada de decisão”, escreveu.
Acrescentou que, diferentemente do que ocorreu na década de 1970, as expectativas inflacionárias de longo prazo estão bem ancoradas. “Garantiremos que a alta inflação não se enraíze”, assegurou.
Questionada sobre se o BCE pretende começar a bitcoin, a dirigente afirmou que o ativo é muito volátil e não funciona como uma adequada reserva de valor.