O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,55%, em 32.147,76 pontos, o S&P 500 recuou 2,50%, a 3.759,69 pontos, e o Nasdaq caiu 3,36%, a 10.524,80 pontos.
Para Edward Moya, analista da Oanda, à primeira vista, o Fed parecia favorável às ações em Wall Street, já que deu a entender que está chegando perto de reduzir para um ritmo mais lento seu aperto monetário. O Fed realizou um quarto aumento consecutivo de 75 pontos base, que trouxe a taxa de referência dos Fed Funds para uma faixa de 3,75% e 4,00%. O total de aumentos de taxa para o ano está agora em 375 pontos base, e os dirigentes provavelmente têm mais alguns aumentos em mente, lembra Moya. “A parte hawkish da declaração foi que o Fed antecipa que os aumentos contínuos serão apropriados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação a 2% ao longo do tempo”, afirma o analista.
Para a Pantheon Economics, o Fed está sinalizando que adotará um ritmo de elevação de juros menor e um aumento de 50 pontos-base é provável em dezembro. Um destaque no comunicado do Fed foi a indicação de que nas futuras altas de juros a autoridade levará em conta “o aperto acumulado da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômicos e financeiros”.
Já Powell afirmou que os juros nos Estados Unidos poderão ser elevados a um patamar acima do que aquele imaginado na reunião de setembro, e reforçou o compromisso em baixar a inflação de volta à meta, de 2% ao ano. O dirigente disse ainda que não quer “cometer o erro” de afrouxar a política monetária cedo demais. As declarações pesaram nas bolsas, que tiveram quedas em empresas de tecnologia como destaque. Para Moya, Powell evitou tornar-se dovish ao lembrar aos investidores que é muito prematuro agradecer pela pausa nos aumentos das taxas.