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Brasil começa Cannes Lions de 2022 com 13 Leões, incluindo um de ouro

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Estadão Conteúdos

O primeiro dia do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade começou com uma participação ainda discreta do Brasil nas premiações. Na revelação dos vencedores das primeiras seis categorias de premiação, agências e anunciantes brasileiros reuniram 13 Leões. O desempenho mais forte, até o momento, foi da agência Africa, que conquistou um ouro, uma prata e um bronze na categoria Outdoor.

As agências brasileiras chegaram a Cannes com força em 2022: o número de inscrições, de cerca de 2 mil peças publicitárias, representou um salto de 31% em relação à premiação do ano passado, que foi totalmente online.

O Brasil, conforme destacou o festival Cannes Lions na semana passada, é tradicionalmente o terceiro país mais premiado do evento, atrás de EUA e Inglaterra. O “pódio” de premiações é refletido também no número de inscrições. O Estadão é o representante oficial do evento no Brasil.

Leão de Ouro

Na categoria Outdoor Lions, voltada para as ações em mídia impressa, o Leão de Ouro foi para uma campanha desenvolvida pela Africa para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). De maneira simbólica, a indígena Txai Surui foi quem subiu no palco para receber a estatueta conquistada pela agência.

Em uma iniciativa voltada ao meio ambiente, a Africa, que no ano passado ganhou um Grand Prix com um trabalho que chamava a atenção para o aquecimento global, criou uma peça em que um grupo de ativistas indígenas vai até a Embaixada da Noruega, em Brasília, para buscar o status de refugiado para a árvore jatobá.

A lógica por trás do pedido é a seguinte: toda espécie que se vê com seu meio de vida ameaçado em seu local de origem pode solicitar o status de refugiada. Com o forte aumento da destruição da floresta amazônica nos últimos anos, a Apib busca trazer visibilidade para o problema. Já a escolha da Noruega como destino vem do fato de que o país foi o primeiro do mundo a banir a destruição de florestas nativas – uma situação bem diferente da vista no Brasil atualmente.

Só em janeiro de 2022, por exemplo, foram destruídos cerca de 430 km² de florestas na Amazônia. Esse número representa uma alta de mais de 200% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Como as categorias de Cannes Lions são divididas em subcategorias, a campanha da Africa para a Apib ganhou mais dois Leões, um de prata e outro de bronze. A mesma agência ainda trouxe para casa outro bronze na categoria voltada à mídia externa, com uma peça criada para a Budweiser.

Outras categorias

Em Print & Publishing, premiação voltada à mídia impressa, o Brasil trouxe 3 Leões para casa: um de prata, para uma ação da Gut desenvolvida para o Mercado Livre; um de bronze, para Talent Marcel e revista Go Outside; e outro de bronze, para a VMLY&R e o site Athos, voltado à comunidade LGBT+. Em Radio & Audio, o País levou dois Leões, ambos de bronze: Gut/Mercado Livre e VMLY&R/Greenpeace.

Na área de Health & Wellness (saúde e bem-estar), foram quatro prêmios: um de prata, para a VMLY&R em uma ação da empresa de roupas Amaro. E três bronzes: AlmapBBDO para Bayer; Wunderman Thompson para Johnson & Johnson; e Dark Kitchen Creatives para Unilever.

Criativos da Ucrânia pedem atenção à guerra

Quatro profissionais da criatividade da Ucrânia subiram ao palco do Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade ontem com o objetivo de lembrar o mundo de que a guerra na Ucrânia segue sendo um problema global. Desde 24 de fevereiro, quando o Exército russo invadiu o país, além de estar com a vida em risco, os ucranianos tiveram suas atividades profissionais interrompidas.

Em um painel que contou com um discurso gravado pelo presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, o publicitário Pavel Vrzhesch, da agência independente ucraniana Banda (eleita a mais eficiente do mundo no Effie Awards 2020), falou sobre a campanha que passou a promover a “marca” da Ucrânia pelo mundo. Outdoors com o slogan “Be Brave Like Ukraine” (Seja corajoso como a Ucrânia) apareceram em mais de 140 países, em locais como a Times Square, em Nova York (EUA).

Vrzhesch convocou toda a comunidade criativa a aumentar a visibilidade da campanha, como uma forma de a guerra não perder espaço no noticiário e na cabeça das pessoas. Isso ocorre, destacaram os profissionais ucranianos, porque o ciclo de notícias acaba migrando para outros temas. A guerra, porém, está perto de completar quatro meses e não tem data para terminar.

Por isso, marcas que tenham espaço de mídia já comprados em meios de comunicação podem doar parte desses ativos para a campanha da Ucrânia, pelo site donatemedia.brave.ua. “É uma forma de ajudar a democracia e a liberdade”, disse o publicitário.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.