De acordo com o Sindifisco Nacional, apesar de contar com servidores capacitados, o número de aduaneiros vem caindo de forma vertiginosa nos últimos anos. Em 2013, segundo o sindicato, o País tinha 4.468 funcionários que trabalhavam no controle de entrada e saída de mercadorias nas fronteiras. Em 2020, o número foi para 2.650, uma queda de mais de 40%.
Com 184 países-membros, a OMA produz relatórios que abrangem mais de 98% do comércio mundial, incluindo o Brasil. No topo da lista em organização das suas divisas está o Reino Unido, que conta com 263 servidores por mil quilômetros quadrados.
O Brasil amarga o último lugar no ranking, com apenas 0,31 aduaneiro por mil quilômetros, um número, segundo a OMA, 850 vezes menor do que o primeiro lugar europeu. Mesmo se comparado à vizinha Argentina, o número de auditores fiscais por mil quilômetros quadrados é quase 20 vezes menos: lá são 6,32 servidores a cada mil quilômetros quadrados.
“A situação que ocorre nas aduanas é a mesma que vemos dentro da Receita Federal de forma geral. Porém, o que percebemos do governo federal é a sinalização contrária à resolução do problema, com corte de orçamento do órgão pela metade em 2022 e a publicação de portarias que facilitam a entrada de mercadorias sem fiscalização. É uma posição de negação de um problema extremamente grave”, reforça o presidente do Sindifisco Nacional, Isac Falcão.