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Busca externa por risco impede alta do Ibovespa por avanço do minério de ferro

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Estadão Conteúdos

As renovadas preocupações com aumento agressivo de juros nos Estados Unidos e com a nova escalada de ataques da Rússia à Ucrânia deixam os mercados internacionais com certa postura defensiva. A cautela externa moderada respinga no Ibovespa, que terminou a semana em alta, mas não a sexta-feira, quando caiu 1,01%, aos 116.375,25 pontos, por temores locais e de fora. O mercado interno ainda avalia a compra de fatia das ações da Vale pela Cosan.

Para completar, os investidores também podem colocar o pé no freio à medida que na quarta-feira, 12, a Bolsa brasileira ficará fechada por conta do dia de Nossa Senhora Aparecida.

“A semana conta uma agenda importante de divulgações. Tem CPI nos Estados Unidos e IPCA no Brasil para ficarmos de olho. E agora, a Rússia. De certa forma foi algo inesperado, embora pudesse acontecer em algum momento. Ou seja, há riscos inflacionários”, avalia Edmar de Oliveira, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, ao sugerir que o quadro de volatilidade pode continuar.

Apesar das bolsas e do petróleo em queda, o minério de ferro subiu 2,21% em Dalian, após a Golden Weeks na China, e o país retomou o programa de crédito suplementar para sustentar a economia, o que impulsiona algumas ações do setor na B3. Contudo, Vale tem queda de mais de 2%, com investidores ainda avaliando o anúncio de compra de uma fatia de ações da mineradora pela Cosan, na sexta.

De todo modo, há um aumento dos temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) continue com sua política monetária agressiva, na tentativa de conter a inflação. Isso porque o relatório oficial de emprego norte-americano, relativo ao mês passado e informado na sexta, mostrou um mercado de trabalho robusto, exigindo novo aumento de 0,75 ponto porcentual do juro do país em novembro.

“Com mais espaço para a alta da taxa de juros na principal economia do mundo, as ações seguem sofrendo com a pressão gerada por esse movimento”, descreve em relatório Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.

Por isso, nesta semana, o mercado ficará de olho principalmente na ata do Fed, no CPI dos EUA e no início da temporada de balanços do terceiro trimestre por lá.

“Hoje a agenda é tranquila há discursos de integrantes do Fed e do BCE, mas durante a semana haverá dados de inflação dos Estados Unidos, da China e da Europa que devem trazer maior movimentação. Ainda tem a ata do Fomc e balanços de bancos nos Estados Unidos”, descreve em comentário matinal o economista Carlos Lopes, do BV.

Além de acompanhar a disputa eleitoral para presidente do Brasil que, aliás o primeiro debate do segundo turno será no dia 16, às 20 horas, na TV, investidor avalia o noticiário envolvendo a Petrobras.

Em meio a rumores de mudança na estatal, a empresa divulgou comunicado na noite de sexta-feira em que afirma que não há, até o momento, “qualquer decisão ou procedimento interno na companhia visando à substituição de membros da diretoria executiva”.

Às 11h10, as ações da Petobras cediam 0,18% (PN) e recuava 0,13% (ON). Já Vale ON tinha desvalorização de 2,08%. Cosan caia 5,83%.

“Depois da aquisição, o mercado começa a reprecificar, para ver se algo compensou”, observa Oliveira.

O Ibovespa cedia 0,25%, aos 116.109,45 pontos, após cair 0,33%, na mínima diária aos 115.987,76 pontos.