A decisão foi tomada pelo presidente da CAE, senador Otto Alencar (PSD-BA), que citou o aumento de casos de covid-19 e preocupação com o quórum em meio à falta de liderança do governo no Senado.
Ainda não há definição de outra data para a sabatina. Com isso, é provável que o Comitê de Política Monetária (Copom) de março, que ocorre nos dias 15 e 16, fique mais desfalcado, em um momento crítico de inflação elevada no País, com apenas sete membros. Esse é o segundo adiamento da sabatina, que originalmente, estava prevista para 14 de dezembro do ano passado.
A diretoria colegiada do BC é formada pelo presidente, Roberto Campos Neto, e outros sete diretores. Fabio Kanczuk, que era diretor de Política Econômica, deixou o órgão no fim de seu mandato, no dia 31 de dezembro. Já João Manoel Pinho de Mello, que estava à frente da diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, estendeu sua gestão até o Copom de fevereiro, deixando o BC na última quarta-feira, 9.
Segundo o senador Otto Alencar, o aumento dos casos de covid-19 nos gabinetes do Senado e em Brasília em geral motivou o adiamento. Há ainda preocupação com o quórum na sessão, já que a maioria dos senadores está em trabalho remoto e a votação tem de ser presencial.
“A decisão foi para proteger as pessoas que compareceriam à sabatina. Os senadores e os sabatinados. Dei satisfação ao Roberto Campos Neto, que compreendeu. Além disso, há preocupação sobre o quórum para votação. O governo está sem liderança no Senado. Como vai mobilizar os senadores da base para comparecer?”
O governo está sem liderança no Senado desde dezembro, quando o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou o cargo após se sentir abandonado pelo governo quando foi derrotado na disputa para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), no fim do ano passado.
O receio com a falta de quórum já havia sido dado como justificativa por Otto quando do adiamento de dezembro. Na ocasião, a análise dos nomes para a diretoria do BC estava prevista para o mesmo dia da sabatina aos senadores indicados para a vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), votação de grande interesse dos parlamentares, que elegeu o agora ex-senador Antônio Anastasia para a corte de contas.