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Caixa/Morais: Expectativa é continuar em nível de crédito agro e ser relevante

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Estadão Conteúdos

A presença da Caixa no crédito rural mais que triplicou no terceiro trimestre de 2022 na comparação com um ano atrás e a projeção do banco é manter sua participação nesse mercado. “A perspectiva é se manter relevante”, disse o vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Rafael Morais, em entrevista para comentar os resultados.

A carteira de crédito rural alcançou R$ 40,293 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 227,4 bilhões ante igual período do ano passado. Com isso, a participação da Caixa nesse mercado passou de 3,7% para 9,1% no período. A Caixa estreou no Plano Safra em 2021-2022 e já renovou sua participação na nova temporada, iniciada em julho deste ano.

O aumento da fatia no crédito rural, liderada com folga pelo Banco do Brasil, era uma das principais metas da administração de Pedro Guimarães, que deixou o banco em junho após denúncias de abuso sexual. A presidente atual, Daniella Marques, vem defendendo “entregar” o prometido no agronegócio, com foco em sustentabilidade e pequenos negócios.

Em relação às concessões, embora tenha caído ligeiramente do segundo para o terceiro trimestre, de R$ 13,3 bilhões para R$ 13 bilhões, o banco argumenta que há sazonalidade do Plano Safra e destaca que já foi batido o volume orçado para o ano até o terceiro trimestre, que era de R$ 30 bilhões. No acumulado do ano, as concessões são de R$ 32,918 bilhões.

Morais reconhece que não há perspectiva de chegar em primeiro lugar do crédito rural, mas sim continuar relevante. Nos últimos anos, segundo o banco, a Caixa passou de 8º lugar na carteira de crédito rural para a 2ª posição, considerando o sistema bancário.

“O nosso foco é o habitacional, mas vemos oportunidades de continuar nesse patamar que a gente tem dentro do segmento do agronegócio, até pela rentabilidade que traz. Nossa ideia é sempre diversificar nossa carteira”, defendeu Morais. “O agro é uma porta de entrada para clientes que não vêm do habitacional e do consignado.”

PDD

O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa afirmou que é injusta a comparação de despesas de provisão para devedores duvidosos (PDD) com o restante do mercado, porque os demais bancos têm operações de crédito mais arriscadas.

Segundo o balanço de resultados divulgado nesta manhã, as despesas com provisões da Caixa no terceiro trimestre caíram 2,3% em um ano, para R$ 2,905 bilhões, na contramão dos bancos privados de mesmo porte, que tem aumentado o PDD diante de um cenário de crescimento da inadimplência.

Em entrevista para comentar o balanço, Morais cita a composição da carteira da Caixa, com bastante peso do crédito imobiliário e do consignado, linhas menos arriscadas, para explicar a diferença para o mercado. O banco tem 63,3% da carteira formada pelo crédito para habitação, com garantia do imóvel e menor disposição do credor em ficar inadimplente. Segundo Morais, para R$ 620 bilhões da carteira de habitação, há R$ 1,2 trilhão de garantia em imóveis. Além disso, 70% do saldo de pessoa física é referente ao crédito consignado, sendo a maior parte de servidores públicos.

“A comparação com o mercado em relação à provisão é um pouco injusta, porque os demais bancos estão aumentando provisão porque têm operações de crédito mais arriscadas do que nós.”

Além disso, o vice-presidente de Finanças do Caixa ainda destacou que houve melhora no rating dos clientes entre o terceiro trimestre de 2021 e o mesmo período deste ano, principalmente no financiamento imobiliário. Morais citou que a fatia do crédito classificado nos níveis de AA a C, de maior qualidade, cresceu de 92,2% para 92,5% em um ano.

Por fim, o executivo destacou que o índice de cobertura da Caixa cresceu na comparação com um ano atrás, para 231,5%. Isso indica que a CEF tem R$ 2,31 para cobrir cada R$ 1 em atraso.