Ele admitiu que as projeções do mercado para a inflação em 2022 continuam em trajetória de elevação, relacionada com a inércia inflacionária esperada na passagem deste ano para o próximo.
Campos Neto voltou a destacar que há uma queda mais queda mais generalizada nos indicadores de confiança dos consumidores. “Muitas pessoas ainda não recuperaram seus empregos, e isso está se refletindo nos indicadores de confiança”, apontou.
O presidente do Banco Central repetiu que o mercado passou a prever um crescimento menor para a economia brasileira em 2022. Ele lembrou que diversas projeções para o crescimento das economias de países avançados e emergentes têm sido revisadas para baixo, como o exemplo das expectativas de menor demanda e atividade chinesas. Citou que a recuperação da Europa está atrás do visto em outras regiões, ainda que os números sejam melhores na margem.
Repetindo a mesma apresentação feita em ocasiões anteriores, Campos Neto mais uma vez alegou que a alta da inflação é generalizada em diversos países. “Há grande surpresa de inflação em países desenvolvidos, com uma onda de alta de preços de energia. Essa crise de energia começa a abater a Europa, e os preços devem subir”, completou.
Cenário fiscal e de crédito
O presidente do Banco Central voltou também a dizer que a questão fiscal ainda gera um “debate polêmico” no Brasil, embora os indicadores de resultado primário e endividamento bruto estejam melhores que o esperado. “Parte dessa melhora de fato é causada pela inflação, mas parte é explicada por outros fatores estruturais. Mas essa melhora não se reflete ainda nas curvas de juros. Mesmo com surpresa fiscal, tem dúvidas sobre arcabouço que vai prevalecer com a nova formatação do programa social. Acredito que essas dúvidas trazem incertezas, mas esperamos que em breve essas dúvidas sejam sanadas”, repetiu.
Ao comentar sobre o mercado de crédito, Campos Neto considerou que, mesmo com a Selic em trajetória crescente, os spread bancários ainda estão próximos das mínimas históricas.