Caoa Chery vai suspender demissões em Jacareí e colocar trabalhadores em lay-off, diz sindicato
Segundo o sindicato, a suspensão temporária de contratos entrará em vigor em 1º de junho e terá duração de cinco meses, e depois mais três meses de estabilidade no emprego, ou seja, continuarão ligados ao grupo até janeiro.
A entidade ressaltou ainda que os trabalhadores continuarão um movimento para que a fábrica não seja fechada. O grupo anunciou na semana passada que vai manter a planta fechada até 2025, período em que pretende preparar as instalações para produzir apenas carros híbridos e elétricos.
A unidade produzia o SUS Tiggo 3 – que saiu de linha – e o sedã Arrizo 6, que passará a ser importado da China. A produção, no entanto, estava parada desde meados de março, quando os funcionários desse setor entraram em licença remunerada.
O grupo emprega 627 trabalhadores na unidade do interior de São Paulo e tem também uma fábrica em Anápolis (GO), que continuará operando normalmente.
Com o acordo que teria sido feito nesta quarta-feira, 11, de acordo com o sindicato, os trabalhadores receberão salários na íntegra e continuarão com planos de saúde.
No lay-off, parte da remuneração é paga com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Inicialmente, a Caoa Chery queria demitir esse pessoal e pagar três salários extras, além das indenizações previstas em lei.
Manutenção da fábrica
O presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, afirmou que levará à empresa a proposta de manter no local a produção do Arrizo 6, em vez de importá-lo. Ele disse temer que a empresa não cumpra a promessa de voltar a operar em 2025.
Os dirigentes sindicais pretendem pressionar os governos federal, estadual e municipal para que proíbam o fim das atividades da fábrica na cidade e já protocolou proposta de projeto de lei na Câmara Municipal de Jacareí para proibir o fechamento.
“Se os planos da Caoa Chery se concretizarem, 480 trabalhadores diretos serão demitidos e isso representa a perda de R$ 53 milhões em massa salarial circulando na cidade”, afirmou Gonçalves. No setor de autopeças, o impacto deve ser de R$ 37 milhões. Segundo ele, os dados do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese).