O levantamento mostra que o combate à pobreza foi indicado na lista de três principais prioridades do País por 45% dos entrevistados. O aumento do salário mínimo e o controle da inflação aparecem na sequência, com 31% e 28%, respectivamente.
Fora do pódio, aparece o primeiro tema fora da economia, com o combate à corrupção – que dominou a campanha de 2018 – surgindo em 23% das respostas. A lista de dez prioridades continua com geração de empregos (21%), educação (20%), combate à pandemia (18%), crescimento da economia (13%), serviços de saúde (12%) e combate às drogas (10%). O tema da segurança/criminalidade aparece apenas em 12º lugar, com 5% de citações.
O gerente executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, lembra que a melhoria dos serviços de saúde ocupou o primeiro lugar em pesquisas semelhantes entre 2014 e 2018, com a educação ocupando a liderança em 2020 e o emprego em 2021.
“Neste ano, prioridades ligadas à economia ocupam seis das primeiras dez citações. Ocorre que o brasileiro comum percebe que a economia está andando de lado. Ele sente os efeitos da inflação no supermercado e nas contas de energia e transporte. O número de pessoas trabalhando está aumentando, mas em ritmo insuficiente para atender a quantidade de pessoas procurando trabalho, o que dá a sensação de que o desemprego não recua. Além disso, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano está aquém das necessidades do País”, avalia.
Além da pergunta sobre quais deveriam ser as prioridades do governo, a pesquisa também questionou os entrevistados sobre os maiores problemas atuais do Brasil. O desemprego liderou as respostas, com 41% de citações, seguido pela inflação com 40% e a corrupção com 30%. Na sequência, aparecem fome e miséria (19%), educação (18%), desigualdade social (16%), baixo crescimento da economia (14%) e saúde (também com 14%).
De acordo com a CNI, os problemas mudam de intensidade conforme escolaridade, renda e região do País. A falta de emprego é o maior problema para a população com renda abaixo de cinco salários mínimos, enquanto os entrevistados com rendas maiores apontam a inflação como um problema mais relevante.
Para a população analfabeta, o custo de vida (39%) e a pobreza (26%) também são um problema maior do que o desemprego (25%). O desemprego é o principal problema para as pessoas que moram no Sudeste e no Nordeste, enquanto no Sul, Norte e Centro-Oeste o custo de vida aparece em primeiro lugar.
A pesquisa ‘Brasileiros e Pós-Pandemia’ foi encomendada pela CNI ao Instituto FSB, que ouviu 2.016 pessoas em todos os Estados e no Distrito Federal.