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CNSeg: PEC dos Benefícios tem efeito negativo em expectativas para PIB e inflação

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Estadão Conteúdos

A PEC dos Benefícios, que liberou a criação de R$ 41,25 bilhões em novas despesas fora do teto de gastos neste ano, terá impacto positivo sobre a inflação e o crescimento da economia neste ano, mas efeito negativo para o próximo.

A avaliação é do economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). De acordo com ele, a piora nas expectativas de inflação em 2023 pode levar a uma pressão para que o Banco Central estenda o ciclo de aumento da taxa Selic.

Simões destaca que no relatório Focus, compilado pelo Banco Central, as estimativas para a variação do PIB neste ano subiram para 1,93%, enquanto a projeção para o IPCA caiu em 0,24 ponto porcentual, para 7,3%.

Para 2023, entretanto, houve corte na projeção para o PIB, para 0,49%, e alta de 0,1 ponto na expectativa para o IPCA, que chega aos 5,3%.

“Ou seja, a projeção de inflação para o ano que vem já está acima do teto da meta, de 4,75% e continua a subir”, afirma ele em nota, ressaltando que a meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com tolerância de 1,5pp para mais ou para menos.

“Indicadores tradicionais da confiança na política fiscal, como os juros futuros e os indicadores de risco-País, deram sinais inequívocos de que tais medidas – sendo a mais recente PEC 1/2022, também conhecida como das ‘Bondades’ – deterioraram as expectativas para a situação fiscal do País, o que alimenta o quadro descrito nas projeções acima”, complementa o economista.

Simões afirma que, diante dos possíveis efeitos da alta nas expectativas de inflação para o ano que vem, pode haver pressão sobre o BC. “O Banco Central pode sentir pressão por mais aumentos na Selic, ainda que se entenda que os efeitos do ajuste já realizado desde o ano passado ocorrem com defasagem e, portanto, não ocorreram plenamente.”