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Com alívio pós-PEC, Ibovespa sobe 1,54%, aos 107.594,67 pontos

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Estadão Conteúdos

Em sessão com forte queda do dólar à vista (-1,74%), de volta agora a R$ 5,40, e de recuperação de 4,13% no minério de ferro na China (Qingdao), que na quarta-feira havia retrocedido ao menor nível desde maio de 2020, o Ibovespa conseguiu emendar a terceira alta, de 1,54%, aos 107.594,67 pontos, alcançando nesta quinta-feira o maior nível de fechamento desde o último dia 25, então aos 108.714,55 pontos. Nesta quinta, saiu de mínima na abertura aos 105.987,86 para chegar na máxima da sessão aos 108.669,18 pontos, com giro financeiro a R$ 36,9 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 2,64% e, no mês, 3,96%, ainda cedendo 9,60% no ano.

Apesar da timidez da recuperação observada nessas últimas sessões, foi a mais longa série positiva do Ibovespa desde o intervalo de quatro pregões entre 5 e 8 de outubro, no qual o índice de referência da B3 já mostrava lateralização.

“O mercado seguiu repercutindo hoje a passagem da PEC dos Precatórios, da Câmara para o Senado. Embora nem tudo esteja resolvido, houve avanço, vitória em primeiro momento, aliviando a tensão e o risco fiscal que vinham pesando sobre os ativos brasileiros. Trouxe algum alívio também à curva de juros, com um pouco mais de previsibilidade depois da piora vista nas últimas semanas”, diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

“Com a aprovação da PEC, o mercado deixou um pouco de lado a incerteza sobre o fiscal e volta a olhar para o micro, os resultados das empresas, com muitas reportando números acima do esperado, como Azul (+9,83%, segunda maior alta do Ibovespa na sessão), e algumas outras, não, como Via (-12,48%, maior perda da carteira Ibovespa nesta quinta-feira)”, observa Julio Pinelli, especialista em renda variável da Delta Flow Investimentos, escritório ligado ao BTG Pactual.

“Houve uma aversão a risco mais forte ontem no exterior, um dia mais pessimista pelo ‘driver’ da inflação americana acima do esperado, com a ponta longa da curva de juros precificando alta para o ano que vem (na taxa de referência dos EUA). Hoje, do cenário externo, veio notícia positiva sobre pagamento de dívida pela Evergrande, com efeito para os preços de commodities, especialmente o minério de ferro”, diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. Nesta quinta-feira, o desempenho foi misto no fechamento de Nova York, com o blue chip Dow Jones em baixa de 0,44% e o tecnológico Nasdaq em alta de 0,52%.

Com muitas ações e setores acumulando gordos descontos no ano, como as de varejo e bancos, é natural alguma acomodação em segmentos ainda um pouco melhor posicionados em 2021, como parte das commodities, com rotação para os papéis expostos à economia doméstica, aponta Pinelli, da Delta Flow. Contudo, o dado macro do dia, sobre as vendas do varejo, não favoreceram o desempenho do segmento. A queda de 1,3% registrada pelo varejo em setembro ante agosto foi a mais acentuada para o mês na série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000 pelo IBGE. O resultado sucede retração de 4,3% em agosto. Nos dois meses, a perda é de 5,6%.

“Parte dos bancos já mostra ganhos interessantes no mês inclusive pelos balanços positivos, assim como as de varejo, ambos ainda bem descontados no ano”, diz Pinelli. Assim, Banco do Brasil ON avança 5,96% no mês e 3,11% na semana, ainda acumulando perda de 18,38% no ano – nesta quinta, fechou em baixa de 1,92%, na mínima da sessão.

Com a recuperação do minério na China nesta quinta-feira, o setor de mineração e siderurgia puxou os ganhos do Ibovespa na sessão, em que Vale ON avançou 3,53%, Gerdau PN, 5,99%, CSN ON, 7,46%, e Usiminas PNA, 6,24%. Na ponta do índice da B3, além de Azul e CSN, destaque também para Méliuz (+10,34%) e Banco Pan (+7,39%), à frente de Banco Inter (PN +6,33%) e Usiminas. Na ponta oposta, além de Via, destaque para Braskem (-2,94%), Taesa (-2,40%) e Raia Drogasil (-2,39%).