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‘Com o teto, o Brasil estaria crescendo 3%’

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Estadão Conteúdos

Um dos principais fatores que podem explicar o crescimento tão baixo do Brasil de 2019 a 2022, segundo analistas, é a desarmonia entre as políticas fiscal e monetária a partir de 2021, com o abandono do teto de gastos. Neste ano, o atual governo também não cumpriu tal regra constitucional considerando o aumento de despesas assistenciais durante a disputa eleitoral.

“O rompimento do teto de gastos foi um erro, abalou a credibilidade na área fiscal, provocou fuga de capitais e depreciação cambial”, avalia José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos. “Nesse contexto, o Banco Central precisou empregar uma política monetária bem mais restritiva para combater a inflação, o que impactou na expansão do PIB. Se o teto de gastos tivesse sido mantido, o Brasil estaria crescendo 3%”, projeta.

A ação do BC para coibir a inflação bem antes do que muitos outros países, a partir de março de 2021, e que ganhou elogios internacionais, foi influenciada em boa medida pela mudança da política fiscal no ano passado. “Mas tal movimento que levou a Selic a 13,75% provocou, na prática, um ‘overshooting’ (sobrecarga) de juros, sobretudo devido aos gastos excessivos do governo nos 2 últimos anos”, comenta Bráulio Borges, economista sênior da LCA e pesquisador do Ibre da FGV.

“Para ter um ritmo maior de crescimento, o Brasil precisa de ambiciosas reformas estruturais, como a liberalização do comércio externo”, aponta Martin Castellano, chefe do departamento de pesquisa para a América Latina do Institute of International Finance.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.