De acordo com Lucas Araripe, diretor executivo e filho do fundador da Casa dos Ventos, Mario Araripe (ex-Troller), não faltam clientes para a energia limpa: entre as indústrias que se interessam pela força do hidrogênio estão siderúrgicas, produtoras de fertilizantes e companhias de transportes pesados. O hidrogênio, diz Lucas, é uma forma de a empresa ganhar espaço não só no Brasil, mas também no exterior.
“O Brasil pode ser um grande produtor de hidrogênio verde. Nosso custo é muito competitivo, o que permite a exportação da energia renovável de hidrogênio e também amônia. Com as políticas corretas e outras variáveis, como a pauta fiscal, isso pode ser uma grande oportunidade para atrair indústrias para o Brasil”, afirma o executivo.
O acordo com a Total Energies, avaliado em R$ 3 bilhões, garante que os sócios originais da Casa dos Ventos sigam no comando do negócio. O contrato, negociado durante meses, foi anunciado na quarta-feira, conforme antecipou o Estadão no início desta semana.
Juntas, as empresas esperam reduzir o custo da dívida do negócio, conseguir melhores preços na aquisição de equipamentos, ampliar a clientela e preparar a exportação de energia renovável. A parceria de negócios ficará responsável por construir e operar o portfólio renovável inicial de 6,1 GW da Casa dos Ventos. A longo prazo, a perspectiva da companhia é atingir 12 GW.
Mercado
Segundo estudo da consultoria PwC, o setor de energia gerada a partir do hidrogênio já é uma realidade e deverá ganhar tração especialmente a partir de 2035. Segundo a consultoria, a demanda por hidrogênio pode ser entre 150 milhões e 500 milhões de toneladas por ano em 2050.