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Começa a 2ª etapa da Análise de Conjuntura do Copom

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Estadão Conteúdos

Começou às 14h06 (de Brasília) a segunda etapa da Reunião de Análise de Conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A discussão, que foi iniciada às 9h42 desta terça-feira, ainda continua na manhã de quarta-feira, 15. No período da tarde da mesma quarta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição têm mais uma rodada de discussões antes de indicarem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 12,75% ao ano.

A expectativa majoritária do mercado financeiro é de alta de 0,50 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano, conforme 46 das 50 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast. Três casas esperam aumento de 0,75 ponto, a 13,50%, enquanto uma projeta a manutenção do ritmo de aperto monetário de maio, de 1,00 pp, para 13,75%.

A aposta quase unânime na elevação da Selic a 13,25% segue sinalização dada pelo Copom no último encontro, em maio. “Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude”, disse.

Caso esse aumento seja confirmado, os juros básicos atingirão o maior patamar em cinco anos e meio, desde janeiro de 2017 (13,75%). Será a décima primeira alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que já é o mais longo da história do Copom. Desde o primeiro movimento neste processo de aumento da Selic, em março de 2021, a taxa já subiu de 11,25 pontos porcentuais, o maior choque de juros desde 1999.

Embora haja certo consenso sobre a decisão do BC nesta quarta, o mercado está bastante dividido sobre os próximos passos. De um lado, economistas defendem que o juro real já está bastante contracionista e que deve produzir seus efeitos no controle da inflação nos trimestres à frente. Outro grupo, porém, argumenta que a alta disseminada e persistente dos preços, assim como a desancoragem das expectativas de inflação demandam mais um ajuste em agosto.

Entram nessa conta também o pacote do governo para desonerar os combustíveis, o aumento dos preços de petróleo e as surpresas inflacionárias no exterior, com expectativa de reação mais forte dos bancos centrais, especialmente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que tem impactado o câmbio.

Grande parte dos analistas acredita que as investidas do Planalto para baixar os preços dos combustíveis podem ter efeito rebote e comprometer de vez a meta de 2023, que é o foco atual da política monetária, além de aumentar os riscos fiscais.

A este quadro se soma a falta de informações assertivas sobre as variáveis que o Copom vai usar para atualizar seus modelos de inflação, uma vez que não houve até o momento atualização do Boletim Focus com as estimativas do mercado financeiro da semana passada devido à greve dos servidores da autoridade monetária.

Na última Focus, na segunda-feira, 6, a mediana para o IPCA – índice oficial de inflação – de 2022 estava em 8,89%, já bem acima do teto da meta (5,0%), e de 2023 em 4,39%, mais próximo do limite de 4,75% do que do alvo central de 3,25%. Na pesquisa paralela divulgada pelo Projeções Broadcast na última sexta-feira, 10, as estimativas estavam em 8,70% e 4,50%, respectivamente – ambas distantes das projeções do Copom em maio: 7,3% e 3,4%, nessa ordem.