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Commodities garantem alta do Ibovespa apesar de ausência de NY e temor com Europa

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Estadão Conteúdos

A valorização do minério de ferro na China e do petróleo no exterior sustenta alta do Ibovespa acima dos 112 mil pontos, apesar da ausência das bolsas norte-americanas. O mercado por lá está fechado por conta do feriado em comemoração do Dia do Trabalho. O ganho interno acontece ainda mesmo com temores em relação à Europa, em meio ao acirramento da crise energética.

Se a dinâmica de alta persistir ao longo do dia, será a terceira elevação seguida. Na sexta, o Ibovespa subiu 0,42%, aos 110.864,24 pontos.

“O Ibovespa parece ser estar mais blindado em relação a questão de energia na Europa desabastecimento de gás russo. Ações de mineradoras e siderúrgicas estão descontadas. Commodities pesam mais”, avalia Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante Investimentos, considerando o peso de papéis do tipo, principalmente de Vale, e também de Petrobras na carteira do índice da B3.

Enquanto segue com a política de covid zero e adotando medidas restritivas, a China indica que seguirá atuante para estimular sua economia. o Banco do Povo do país anunciou nova redução de compulsório bancário, em sua última tentativa de impulsionar a segunda maior economia do mundo. O país sofre os efeitos da pandemia de covid e da onda de calor mais grave a atingir o gigante asiático em seis décadas. O minério de ferro subiu 3,98% em Dalian, a US$ 99,86 a tonelada.

O petróleo também avança no exterior, acelerando ganhos para perto de 4% após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmar o corte na produção da commodity em 100 mil barris em outubro. Este quadro beneficia o dólar, que cede aquém de R$ 5,20.

“Bolsa daqui tende a se beneficiar deste quadro de commodities, que caíram bastante. Há um cenário razoavelmente melhor por isso e por fatores internos. Porém, não acredito que o Ibovespa tenha espaço para ira para os 130 mil pontos recuperação moderada”, avalia Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital.

Contudo, a valorização do petróleo pode elevar os temores inflacionários já presentes em meio ao agravamento da crise energética na Europa. Este quadro eleva a preocupação de juros mais altos na zona do euro mesmo com novos sinais de desaquecimento. Por isso, ganha maior importância a decisão sobre juros do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira.

Além disso, ao longo dos próximos dias haverá divulgações e dados relevantes, como o Livro Bege e discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, na quinta-feira. Já no seguinte, destaque para o IPCA de agosto, que pode mostrar nova queda na taxa de inflação brasileira.

Além disso, Powell, do Fed, ficará no centro das atenções no mesmo dia, após o payroll de agosto deixar o cenário de juros indefinido, ainda que indicando aumento da taxa básica.

Como ressalta Jolig, o mercado estava ansioso pela divulgação do relatório do mercado de trabalho americano, que saiu na sexta-feira. O dado mostrou criação de 315 mil postos, ante previsão de 300 mil, e taxa de desemprego em 3,7% (projeção era de manutenção em 3,5% de julho).

“A alta do desemprego deu certo alívio às bolsas em Nova York, mas foi provisório. Não muda a situação da economia americana, de um mercado de trabalho forte. O cenário é de cautela”, afirma o CIO da Alphatree.

“Mercados europeus sofrem, S&P índice futuro de Nova York de lado alta e moedas emergentes operam em leve desvalorização. Noticiário local continua morno, mas temperatura pode aumentar com a aproximação do 7 de setembro”, escreve em nota a Terra Investimentos.

Às 11h19, o Ibovespa subia 1,19%, aos 112.182,52 pontos, após alt de 1,63%, na máxima diária aos 112.671,39 pontos. Na abertura, marcava 110.867,93 pontos e na mínima, 110.864,76 pontos. Petrobras subia 0,78% (PN) e 1,21% (ON), enquanto Vale ON tinha elevação de 3,48%.