O novo recuo reflete as incertezas com o setor em decorrência do recente aumento de casos da covid-19, que tem levado à redução no quadro de funcionários e ampliação das restrições em diversos países, explica em nota a economista do FGV/Ibre Claudia Perdigão. “Tanto as perspectivas sobre o ritmo da atividade produtiva, quanto sobre a evolução da demanda foram comprometidas”, acrescenta.
Perdigão apresenta ainda que uma sequência de quedas como essa não é observada desde 2014, quando foram registrados oito meses seguidos de retração. Apesar disso, a economista considera que a redução gradual dos gargalos de insumos pode colaborar para a recuperação do setor ao longo de 2022.
O Índice Situação Atual (ISA) cedeu 1,2 ponto em janeiro, para 99,8 pontos, o menor valor desde agosto de 2020 (97,8 pontos). O recuo foi puxado por queda de 6,4 pontos na situação atual dos negócios, que chegou a 89,4 pontos, menor nível desde julho de 2020 (87,0). A demanda total também apresentou queda, recuando 4,2 pontos, a 99,5 pontos.
O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, caiu 2,0 pontos, para 97,1 pontos, menor patamar desde abril de 2021 (96,9 pontos). Entre as aberturas, a produção prevista para os próximos três meses foi quem mais influenciou a queda da confiança na indústria no período, com recuo de 4,7 pontos, a 94,1 pontos, atingindo o menor patamar desde maio de 2021 (93,1 pontos). A tendência dos negócios para os próximos seis meses (-1,2 ponto, a 95,4 pontos) manteve trajetória de queda pelo sexto mês consecutivo, já o emprego previsto para os próximos meses permaneceu relativamente estável (0,3 ponto, a 102,1 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) retornou ao patamar de novembro de 2021 ao subir 1,0 ponto porcentual em janeiro, para 80,7%.
O levantamento contou com informações de 1.043 empresas entre os dias 1º e 24 de janeiro. A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 25 de fevereiro.