“Com a queda de novembro, a confiança empresarial confirma a tendência declinante esboçada em setembro e posta em dúvida após a ligeira alta de outubro. Destaca-se no resultado a queda expressiva do Índice de Expectativas, a maior desde março deste ano quando era grande o medo do impacto da segunda onda de covid-19 sobre a economia. Desta vez, a preocupação maior é a própria economia, em fase de desaceleração sob influência da inflação elevada e do aperto monetário que vem sendo conduzido pelo Banco Central para contê-la”, avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 2,5 pontos em novembro ante outubro, para 97,0 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) recuou 4,5 pontos, para 95,8 pontos. O patamar do ISA-E superou o do IE-E pela primeira vez desde março deste ano, ressaltou a FGV.
Todos os grandes setores que integram o ICE registraram perda na confiança no mês. A confiança da indústria caiu 3,1 pontos em novembro ante outubro, enquanto a construção recuou 0,8 ponto. A confiança dos serviços diminuiu 2,3 pontos, e a do comércio despencou 6,2 pontos.
Em novembro, a confiança avançou em apenas 22% dos 49 segmentos integrantes do ICE.
A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.955 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 25 de novembro.