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Correção: Exterior, balanço e espera por sinais sobre fiscal derrubam Ibovespa

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Estadão Conteúdos

A nota enviada anteriormente continua uma incorreção. Na terça, o Ibovespa fechou em alta, e não queda como citado antes. Segue abaixo o texto com a correção.

Exterior, balanço e espera por sinais sobre fiscal levam Ibovespa à queda

A cautela internacional em meio à espera do resultado da eleição de meio de mandato nos Estados Unidos e interna diante do encontro do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com dirigentes do Congresso e do Judiciário, enquanto é crescente a preocupação fiscal, norteia o Ibovespa, que já está fraquejado nesta quarta-feira. Na terça, fechou em alta de 0,71%, aos 116.160,35 pontos. Às 11h26, cedia 0,45%, aos 115.641,29 pontos, após abertura aos 116.153,42 pontos.

A safra de balanços interna mexer com os negócios, sobretudo após o resultado do Bradesco imprimir alertar ao setor financeiro, ao apresentar recuo de 23% em seu lucro líquido no terceiro trimestre.

Além disso, a Braskem informou prejuízo e a Gerdau, queda em seu lucro, que veio em linha com o esperado pelo mercado e ainda anunciou a aprovação de pagamento de dividendos na casa dos R$ 2,8 bilhões. As ações da Braskem cediam 4,39%, mas as da Gerdau subiam.

O recuo do índice Bovespa só não é maior por conta da valorização de algumas ações ligadas ao setor metálico.

Segundo Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3, prevalece a queda pois há uma queda generalizada nos papéis de grandes bancos na esteira do balanço do Bradesco. As ações ON do banco chegaram a cair acima de 10% mais cedo. Porém, às 11h15 cediam 9,75%, enquanto PN recuava 8,88%.

“Há um movimento mais acentuado principalmente por causa do balanço, cujo lucro desagradou muito, com expectativas de maior inadimplência. Acaba puxando as ações dos bancos, que têm peso grande no índice”, avalia Neves.

Então, explica o especialista da Blue3, o Ibovespa cai mesmo com altas de papéis do segmento de metais, após valorização de 2,62% do minério de ferro em Dalian, na esteira de aumento de financiamento do governo chinês para o setor imobiliário.

O balanço do Bradesco, conforme Neves, “acende um alerta” e será preciso observar se afetará os próximos resultados do setor, ou se foi algo pontual. Banco do Brasil informa seu desempenho do terceiro trimestre hoje após o fechamento da B3. Tem ainda Eletrobras, entre outros.

Além da queda das bolsas internacionais, o petróleo cai mais de 1% no exterior. Ainda assim, as ações da Petrobrás tentam recuperação após vários dias de queda por conta de dúvidas com a gestão da empresa no novo governo. Às 11h21, subiam 1,28% (PN) e 0,85% (ON). Já Vale ON tinha alta de 0,16$; Gerdau PN, de 4,48% e Usiminas PNA, de 1,03%. Porém, CSN ON cedia 0,15%.

O recuo da commodity reflete dados mais fracos do que o esperado da inflação na China e ao avanço nos casos da covid-19 no país. O quadro na China sugere que os lockdowns no país pesam mais que o esperado na economia.

A despeito da boa receptividade do mercado com alguns dos nomes da transição de governo da aérea econômica anunciados ontem, a sinalização de retirada integral do Auxílio Brasil do teto de gastos pelo novo governo preocupa os investidores e por isso segue no radar. Isso porque cálculos indicam pelo menos um total de R$ 175 bilhões que ficaria fora dessas despesas. Além disso, há expectativa de anúncio do nome do futuro ministro da Fazenda.

“A confirmação dos nomes da equipe econômica de transição deve ter sido mais digerida nas últimas horas, o que favorece certa cautela diante do predomínio de visões heterodoxas – com a exceção de Pérsio Arida. A possibilidade dele vir a comandar a economia pode evitar uma piora abrupta, mas a composição do grupo deve gerar desconforto”, avalia em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

De acordo com Campos Neto, ainda que sem descuidar por completo dos movimentos externos, o foco de curto prazo segue absoluto nas informações sobre a transição de governo.

Lá fora, os mercados operam com cautela. Os investidores seguem atentos a divulgações de balanços corporativos e à apuração das eleições legislativas nos EUA, “que aparenta sinalizar uma predominância menor que a esperada do Partido Republicano nos resultados”, cita em relatório o Bradesco.