Notícias

Notícias

Desvendando os Modelos de Remuneração do Assessor de Investimentos: Fee Based vs. Commission Based

Por
Matheus Corradi

two confident business man shaking hands during a 2022 09 30 00 51 01 utc scaled

Você sabe quanto ganha o seu assessor de investimentos? Se a sua resposta for incerta, você não está sozinho. A verdade é que a remuneração dos assessores de investimentos é um aspecto muitas vezes obscuro para a maioria dos investidores. Muitos até acreditam que o serviço de assessoria é uma mera cortesia oferecida pela corretora, sem custos adicionais. No entanto, a realidade é muito mais complexa do que isso, e é importante entender os diferentes modelos de remuneração: o fee based e o commission based.

Comission Based: A Névoa de Conflitos de Interesses

O modelo de remuneração baseado em comissões ainda é amplamente utilizado no setor de assessoria de investimentos. Nesse modelo, o assessor recebe uma comissão por cada produto financeiro que ele indica para o cliente. Embora possa parecer uma forma conveniente de remuneração, a verdade é que ela vem carregada de conflitos de interesses.

Imagine a situação: um assessor recebe uma comissão significativa por vender determinado produto financeiro A. No entanto, existe um produto B, igualmente adequado (ou talvez até mais adequado) às necessidades do cliente, mas que oferece uma comissão menor. O que o assessor tem mais incentivo para vender? Essa é a raiz dos conflitos de interesses presentes no modelo de comission based. O assessor pode ser tentado a priorizar a maximização de suas próprias comissões, em detrimento dos interesses do cliente.

Fee Based: Transparência e Alinhamento de Interesses

Em contraste, o modelo fee based (ou baseado em taxas) se apresenta como uma abordagem mais transparente e alinhada aos interesses do cliente. Nesse modelo, o assessor é remunerado por meio de uma taxa fixa, geralmente calculada com base no patrimônio do cliente sob sua custódia. O modelo vem com o objetivo de reduzir, ou até mesmo elimiar o conflito de interesses relacionado às comissões dos produtos financeiros indicados, incentivando o assessor a focar em criar valor real para o cliente, uma vez que sua remuneração não está vinculada à venda de produtos específicos. Assim, ele tem mais liberdade para oferecer aconselhamento imparcial, escolhendo os investimentos que são genuinamente os melhores para as necessidades e objetivos do cliente, sem a pressão de comissões elevadas pairando sobre suas decisões.

Quando o Commission Based Pode Ser Vantajoso: Exceções à Regra

Embora o modelo de remuneração fee based seja amplamente considerado mais transparente e alinhado aos interesses do cliente, existem situações em que o comission based pode ter seus méritos. Vamos explorar algumas exceções em que o modelo de comissões pode ser mais vantajoso para o cliente.

Atenção Personalizada a Pequenos Investidores: Para investidores com portfólios pequenos, o modelo de comission based pode ser benéfico. Em vez de pagar uma taxa fixa, o cliente pode pagar comissões somente quando realiza uma transação. Isso pode ser vantajoso para quem não precisa de assessoria frequente e prefere pagar apenas quando utiliza os serviços do assessor.

Carteira ultra-conservadora: Em cenários nos quais um investidor opta por investir exclusivamente em títulos públicos e produtos bancários de baixo risco, por exemplo, o modelo de remuneração comission based pode se tornar menos oneroso. Dada a simplicidade da estratégia e a baixa frequência de transações, pagar comissões apenas quando ocorrem transações específicas pode ser mais eficiente financeiramente do que uma taxa fixa no modelo fee based.

Flexibilidade e Contexto Importam

Embora o modelo fee based tenha muitos méritos, é importante reconhecer que não existe uma abordagem única que seja adequada para todos os investidores. As exceções mencionadas acima destacam que, em certos contextos, o modelo de comission based pode ser mais vantajoso para os clientes, especialmente para investidores iniciantes, ou aqueles com portfólios menores.

No fim do dia, a chave está em escolher um assessor que seja transparente sobre seu modelo de remuneração e que tenha a habilidade de adaptar suas recomendações às necessidades e objetivos específicos do cliente. Seja fee based ou comission based, o objetivo final deve ser encontrar um assessor que priorize os interesses do cliente e ofereça um aconselhamento financeiro sólido e personalizado.

 

Deixe um comentário