Em evento virtual organizado pelo Centro Europeu de Economia e Finanças, a dirigente afirmou que, embora a variante Ômicron do coronavírus pressione a economia dos Estados Unidos no curto prazo, o alto nível de inflação e a solidez do mercado de trabalho justificam alterações na política monetária. “Está claro que a remoção da acomodação extraordinária da política monetária é necessária para ajudar a reequilibrar a economia”, argumentou.
Ela disse ainda que o aumento de juros e a redução do balanço deverão ocorrer em ritmo mais rápido que durante o ciclo de aperto anterior, no período subsequente à crise financeira de 2008. Para ela, se no meio deste ano, a inflação não tiver moderado, a retirada da acomodação monetária pode ser acelerada.
“Por outro lado, se a inflação cair mais rápido do que o esperado, o ritmo de remoção pode ser mais lento no segundo semestre do que no primeiro semestre”, pontuou ele, acrescentando que não vê um argumento forte em favor de um aumento inicial de 50 pontos-base da taxa básica de juros.
Balanço de ativos
A dirigente explicou que o processo de redução do balanço de ativos começará após o começo do avanço dos juros. “Eu apoiaria a venda de alguns de nossos títulos lastreados em hipotecas em algum momento durante o período de redução para acelerar a conversão da composição de nossa carteira principalmente a Treasuries”, disse.
A presidente da distrital do Federal Reserve em Cleveland disse que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) ainda discute como será o processo de redução do balanço de ativos.
A dirigente reiterou que apoia que o balanço de ativos volte a ser composto primariamente por Treasuries, com a venda de títulos lastreados a hipotecas. Segundo ela, o processo será conduzido de forma a evitar turbulências nos mercados financeiros.
Riscos de inflação alta
Loretta Mester afirmou também os riscos no cenário apontam para inflação em alta nos Estados Unidos. Durante o evento virtual do Centro Europeu de Economia e Finanças, a dirigente explicou que, no início de 2021, a inflação começou a subir devido à alta dos preços em alguns setores, como o de energia. “Mas com o passar do ano, as pressões inflacionárias se ampliaram consideravelmente”, disse.
Ainda assim, ela entende que as expectativas de médio e longo prazos de inflação estão “estáveis”. Na visão dela, os índices de preços devem moderar, mas seguirão acima de 2% em 2022, assumindo que o Fed tome ações para contê-la. “Uma inflação persistentemente alta prejudicaria a sustentação de uma expansão forte e inclusiva”, comentou.