O economista-chefe da J.F. Trust, Eduardo Velho, diz que o mercado de câmbio se ajusta à ampliação do ganho do dólar no exterior após a queda maior que a esperada dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA e da decisão do banco da Inglaterra de manutenção de juros, contrariando expectativas.
Para ele, a aprovação em primeiro turno da PEC dos Precatórios na Câmara teve efeito de baixa pontual no mercado de câmbio no começo da sessão porque a votação está incompleta e a aprovação em primeiro turno na Câmara foi apertada, além de que a perspectiva é de expansão maior dos gastos públicos e ainda há muita incerteza também sobre se haverá alguma solução interna para a disparada dos preços dos combustíveis, sem contar que os preços do petróleo voltam a subir mais de 2%, pressionando a inflação no País.
O economista comenta que a inflação de alimentos em outubro e novembro volta a subir no exterior e pode ter reflexos nos preços no Brasil, com cambio ainda alto. Mesmo com perspectiva de Selic em dois dígitos no curto prazo, a expectativa de ações de expansão fiscal e ruídos na política afastam os investidores estrangeiros, limitando o fluxo financeiro para o País, afirma. A alta do dólar pode estar refletindo ainda demanda para saídas sazonais de fim de ano, avalia.