O dólar caiu à mínima a R$ 5,0245 (baixa de 1,62%) no mercado à vista – menor valor intradia desde o último dia 23 de fevereiro (a R$ 4,9946). A economista-chefe da CM Capital Markets, Carla Argenta, afirma que desde a escalada das sanções dos EUA e União Europeia à Rússia os investidores estão migrando para outros mercados, procurando oportunidades de investimento e para hedge (proteção), porque com as commodities caras, evita perda maiores por conta da conjuntura de guerra da Rússia contra a Ucrânia.

“Esse movimento de apreciação do real frente o dólar é apoiado em fluxos de investidores estrangeiros que estavam montados em outros países e também possivelmente de milionários russos sob sanções dos aliados da Ucrânia. Os investidores em geral estão aproveitando alta de juros no Brasil e das commodities, enxergam o Brasil como atrativo”, avalia a fonte.

A economista comenta que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou na quarta-feira que a alta de juros em março nos EUA deve ser de 0,25 ponto porcentual e contribui também para a apreciação do real, uma vez que a taxa Selic deve subir pelo menos 1 ponto porcentual neste mês e o mercado já trabalha com a possibilidade de apertos mais intensos da Selic em maio e junho.

Para ela, o investidor domestico já entendeu que o fluxo positivo acontece e faz reposicionamento de suas aplicações, vê oportunidades na bolsa e na renda fixa, por isso juros seguem em alta e Ibovespa sobe também.