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Dólar recua com Fed no radar antes de Copom e Payroll

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Estadão Conteúdos

O dólar opera em baixa moderada na manhã desta segunda-feira, dia 1º, influenciado pela desvalorização predominante da moeda americana no exterior, onde o mercado projeta um ciclo menos intenso de alta de juros nos Estados Unidos em meio ao cenário de recessão técnica no país.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira, e o relatório de emprego norte-americano, o payroll, de julho na sexta-feira são os principais condutores dos mercados nesta primeira semana de agosto. Para o Copom, a expectativa do mercado é de aumento de 50 pontos-base da Selic, para 13,75% ao ano, com possibilidade de sinalização de uma pausa, especialmente após os sinais deixados pelo Fed, embora alguns analistas esperem que o BC deixe a porta aberta em relação ao próximo passo.

O petróleo ampliou perdas intradia com o contrato futuro em Nova York cedendo mais de 2%. O mercado opera hoje de forma mais conservadora após o PMI industrial da China indicar contração do setor em julho, diante da desaceleração econômica no país, que é o segundo maior importador de petróleo do mundo. Além disso, há temores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) mantenha sua meta de produção esta semana, apesar do aperto no mercado do óleo.

No Japão, o iene sustenta alta frente o dólar, após queda do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Japão de 52,7 em junho para 52,1 em julho, atingindo o menor nível em dez meses, segundo pesquisa da S&P Global em parceria com o Jibun Bank. Apesar da queda, o resultado acima da barreira de 50 mostra que o setor manufatureiro japonês continuou se expandindo no mês passado, ainda que em ritmo mais fraco.

O mercado interno está analisando o relatório Focus do Banco Central, que trouxe mais piora das expectativas para IPCA de 2023. O IPCA para 2023 subiu de 5,30% para 5,33%, embora o IPCA para 2022 tenha reduzido de 7,30% para 7,15%. A Selic para 2023 subiu de 10,75% para 11,00% ao ano. O PIB para 2022 subiu de 1,93% para 1,97%, e o para 2023 passou de 0,49% para 0,40%.

Além das perspectivas de inflação ainda pressionada em 2023, o fiscal segue como desafio. O próximo presidente da República vai receber o “tanque” do caixa do governo mais vazio em pelo menos R$ 178,2 bilhões com o efeito em 2023 das medidas adotadas pelo governo Bolsonaro e pelo Congresso, a maior parte de olho nas eleições. A perda de recursos sobe para R$ 281,4 bilhões com a redução do caixa dos governadores e dos prefeitos com a desoneração permanente do ICMS e do IPI Com a inclusão de um possível reajuste no salário dos servidores federais, o valor pode chegar a R$ 306,4 bilhões.

Mais cedo, a FGV informou que o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) recuou 1,19% no fechamento de julho, após deflação de 0,44% na terceira quadrissemana e alta de 0,67% em junho. A queda mensal foi maior do que o piso da pesquisa Projeções Broadcast, que era -1,12% (mediana a -0,76% e teto, -0,46%).

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) teve ligeira queda de 0,3 ponto em julho ante junho, para 98,5 pontos, a primeira queda após quatro meses seguidos de alta.

Às 9h25 desta segunda, o dólar à vista caía 0,75%, a R$ 5,1353. O dólar para setembro cedia 0,79%, a R$ 5,1810.