Podem aumentar ainda as apostas de que o Banco Central (BC) terá que ser mais agressivo com a política monetária nas próximas reuniões daqui pra frente. Antes mesmo do anúncio dessa nova ruptura na equipe de Guedes, a curva de juro já apontava ontem para a possibilidade de alta de 150 pontos-base da Selic, para 7,75% ao ano, na semana que vem e de 125 p.b em dezembro. De 51 instituições pesquisadas, 15 (29%) preveem um aumento de 1,25 ponto ou mais da Selic em outubro, conforme pesquisa do Projeções Broadcast. A aposta em alta de 1 ponto dos juros em outubro, a 7,25%, ainda continuava majoritária, com 36 instituições até a tarde desta quinta-feira.
Dia ‘sangrento’
Para o trader Luís Felipe Laudisio dos Santos, da Renascença DTVM, o que o mercado mais temia, aconteceu – e com uma velocidade muito mais intensa. Hoje, em sua percepção, devemos ver mais um dia “sangrento” com o anuncio da saída de Funchal e Bittencourt. “Paulo Guedes na corda bamba, mesmo com o presidente Bolsonaro reiterando apoio ao ministro, é mais um foco de tensão. O cenário externo mais positivo, não deve evitar mais um forte movimento no real”, avalia Santos em relatório nesta manhã.
Por volta das 9h20 desta sexta, o dólar à vista registrava máxima a R$ 5,7065 (+0,69%) e o dólar futuro para novembro subia até R$ 5,7135 (+0,83%).