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Dólar sobe com cautela no exterior e expectativas de altas de juros

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Estadão Conteúdos

O dólar opera em alta no mercado local em meio à piora dos mercados no exterior na manhã desta quarta-feira, 20, após a União Europeia (UE) propor um plano para que seus países-membros reduzam o consumo de gás natural em 15% voluntariamente até março do ano que vem. O risco de corte no fornecimento de gás da Rússia poderia reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em até 1,5%, segundo estimou a comissária da União Europeia para energia, Kadri Simson. Os juros de bônus europeus operam em baixa nesta manhã e o euro testou mínimas intradia.

Os ajustes ocorrem ainda tendo como pano de fundo expectativas de alta de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), amanhã, a primeira em 11 anos para combater a inflação elevada na região. A libra também virou para o lado negativo, precificando ainda a possibilidade de alta de 50 pontos-base nos juros pelo Banco da Inglaterra em sua próxima reunião, após o salto da inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido, que acelerou para 9,4% em junho na comparação interanual, nível mais alto em 40 anos. Também o Federal Reserve deve elevar juros na próxima semana, com apostas majoritárias em 75 pontos-base, em vez de 100 PB como foi especulado recentemente.

Mas a alta do dólar ante o real e outras divisas emergentes é relativamente contida, após a manutenção de juros de um e cinco anos pelo Banco do Povo (PBoC) da China. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse que Pequim não vai implementar medidas de estímulos maciças ou emitir uma quantidade excessiva de dinheiro para atingir o que chamou de “meta de crescimento muito elevada”, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

Entre as commodities, o petróleo recuava mais de 1,5% mais cedo em Londres e Nova York, depois de acumular fortes ganhos por três sessões consecutivas e de um aumento no volume de petróleo bruto estocado nos EUA na última semana, de 1,9 milhão de barris. Mas o minério de ferro fechou em alta de 1,52% em Qingdao, na China, cotado a US$ 98,58 a tonelada, recuperando parte da perda de 3% na véspera.

Mais cedo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou a 0,52% na segunda prévia de julho, após registrar alta de 0,55% na mesma leitura de junho, segundo a Fundação Getilio Vargas. Dois dos três componentes do indicador arrefeceram no período. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) arrefeceu de 0,56% para 0,42%, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) passou de 3,33% para 1,23%. Em contrapartida, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) acelerou de 0,21% na segunda prévia de junho para 0,52%.

Às 9h48, o dólar à vista subia 0,45%, a R$ 5,4448. O dólar para agosto ganhava 0,55%, a R$ 5,4595. O índice DXY do dólar ante seis divisas principais subia 0,28%, a 106,988 pontos, enquanto o euro recuava a US$ 1,0192 e a libra caía a US$ 1,1965.