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Dólar sobe por cautela externa com Fed, BoE e China

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Estadão Conteúdos

O dólar ajusta-se em alta na volta do feriado, diante do cenário de cautela internacional após alta de 75 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira (2) e a sinalização de que o aperto monetário pode continuar forte para combater a inflação americana. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que ainda é muito prematuro pensar na pausa do processo de aperto monetário nos Estados Unidos. O tema, conforme ele, não está na pauta neste momento uma vez que os riscos de afrouxar a política monetária cedo demais são maiores.

A libra acelerou a queda frente o dólar, enquanto a Bolsa de Londres reduziu perdas e os juros dos Gilts desaceleram alta, em meio à elevação da taxa básica de juros em 75 PB, a 3% ao ano, pelo Banco da Inglaterra. O euro também recua, após subir ontem, reagindo a sinais da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, de que a instituição segue “focada com determinação” na estabilidade de preços e usará “todos os instrumentos da nossa caixa de ferramentas” para garantir o cumprimento da meta de inflação de 2% no médio prazo.

Sinais da economia da China ajudam também a apoiar a cautela, a queda do petróleo por preocupações com a demanda e a desvalorização do real e seus pares emergentes e ligados a commodities no exterior. Autoridades sanitárias da China reafirmaram hoje o compromisso com a política de covid zero, que tem pesado na atividade no país. Além disso, indicadores de atividade indicam que o país se mantém na zona de contração. O PMI de serviços chinês recuou de 49,3 em setembro a 48,4 em outubro, na mínima desde maio, enquanto o PMI composto caiu de 48,5 a 48,3 na mesma comparação.

No Brasil, o foco está nas negociações para a transição de governo e em sinais de aceleração da inflação, além da desmobilização dos bloqueios ilegais de bolsonaristas nas rodovias pelo País.

O vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição do novo governo, Geraldo Alckmin (PSB), reúne-se hoje com o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator geral do Orçamento (10h30) sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023. Já o líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na quarta que vai analisar com o líder da oposição, Wolney Queiroz (PDT-PE), matérias legislativas que podem impactar os orçamentos do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de 2023 a 2026.

A economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, disse nesta quinta-feira (3) que o mercado espera que o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dê sinais tanto sobre qual será a âncora fiscal quanto sobre as medidas disseminadas que tomará no Orçamento. Segundo ela, a âncora deve demorar mais, mas precisa ser clara para permitir maior visibilidade.

Mais cedo hoje, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, avançou 0,45% em outubro, acelerando após a alta de 0,12% registrada em setembro, segundo dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado de outubro ficou no teto das projeções de instituições de mercado consultadas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,25% a 0,45%, e também coincidiu com a mediana das estimativas, de 0,45%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou em cinco das sete capitais pesquisadas no fechamento de outubro, na comparação com a terceira quadrissemana do mês, informou FGV. Na mesma base, o índice cheio avançou de 0,62% para 0,69%.

Às 9h23 desta quinta, o dólar à vista subia 1,66%, a R$ 5,2037. O dólar para dezembro ganhava 1,23%, a R$ 5,2330.