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Em dia de instabilidade, dólar à vista corrige quedas recentes e fecha em alta

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Estadão Conteúdos

Depois de uma manhã marcada pela instabilidade, o dólar firmou-se em leve alta no período da tarde desta quarta-feira, 24, em parte alinhado ao cenário cauteloso no mercado internacional e em parte movido por uma pequena correção das baixas dos últimos dias. Profissionais do mercado de câmbio voltaram a mencionar fluxo positivo no dia, mas em menor proporção que a observada no início da semana.

Ao final dos negócios, o dólar à vista ficou em R$ 5,1112, em alta de 0,24%. No acumulado da semana, a divisa ainda contabiliza queda de 1,10%. Ao longo do dia, a cotação oscilou entre a mínima de R$ 5,0837 (-0,30%) e a máxima de R$ 5,1238 (+0,49%). No mercado futuro, o dólar para liquidação em setembro era negociado a R$ 5,1210 às 17h13, com valorização de 0,10%.

“A instabilidade mostrada mais cedo pelo dólar reflete o cenário de grande preocupação com o movimento de contração da economia americana, reforçado pela divulgação de resultados abaixo das estimativas nos Estados Unidos”, disse Bruna Centeno, especialista em renda fixa da Blue3.

Nesse ambiente de expectativas pela fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no seminário de Jackson Hole, ela destaca que nessa mesma sexta-feira será conhecido nos Estados Unidos o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho. “O índice de inflação será conhecido antes do discurso de Powell, o que dará mais peso às sinalizações do Fed e à formação de preços em torno disso”, disse.

Do lado doméstico, Bruna ressalta a deflação de 0,73% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em agosto que, mesmo sendo menor que a mediana das estimativas do mercado financeiro coletadas pelo Projeções Broadcast (-0,82%), aponta para o cenário de fim do ciclo de alta de juros e estimula a percepção de que o Banco Central agiu mais rapidamente que outros países à aceleração da inflação.

Entre os poucos destaques do período da tarde, o Banco Central divulgou que o fluxo cambial no País estava negativo em US$ 78 milhões em agosto, até o dia 19. Em julho, o BC registrou ingresso líquido de US$ 1,834 bilhão. No período de 19 dias de agosto, o canal financeiro teve saídas de US$ 391 milhões. No comércio exterior, o saldo de agosto até o dia 19 foi positivo em US$ 314 milhões.