O segundo modelo será elétrico e deve começar a operar em 2035, assim como a terceira aeronave-conceito, movida a célula de combustível. Já a quarta está prevista para entrar em operação em 2040, intitulada Energia H2 Gas Turbine. “A nova família estará em operação em um futuro não tão distante”, disse o vice-presidente de Engenharia, Tecnologia e Estratégia Corporativa da Embraer, Luis Carlos Affonso, em apresentação dos projetos.
PARCERIAS
Segundo o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, a companhia trabalha com parceiros para desenvolver a “Energia Family”. “Estamos bem próximos de fornecedores, especialistas e universidades. Trabalhamos com parceiros e eventualmente podemos integrá-los nos projetos”, disse o executivo em apresentação.
A “Energia Family” é composta por quatro aeronaves-conceito de tamanhos variados, que incorporam diferentes tecnologias de propulsão. Segundo a fabricante brasileira, cada uma está sendo analisada de acordo com sua viabilidade técnica e comercial.
A primeira tem propulsão híbrida-elétrica com até 90% de redução das emissões de CO2. Possui capacidade para 9 assentos e a disponibilidade da tecnologia está prevista para 2030.
O segundo modelo-conceito tem propulsão 100% elétrica, também com capacidade para 9 assentos e disponibilidade da tecnologia para 2035.
Também para 2035 está prevista a tecnologia do terceiro modelo apresentado pela Embraer, com propulsão elétrica de hidrogênio com capacidade de 19 assentos.
Já a quarta aeronave-conceito terá propulsão de hidrogênio ou combustível sustentável de aviação (SAF) e/ou “JetA” (amplamente utilizado na aviação comercial). A redução das emissões prevista é de até 100%, com capacidade de 35 a 50 assentos e disponibilidade da tecnologia para 2040.
“Com o horizonte que temos à frente, podemos trabalhar a integração entre máquina e piloto, mas também trabalhamos para modelos autônomos”, disse Luis Carlos Affonso.
Meijer acrescenta que estes projetos são realistas. “Estamos construindo um conceito totalmente novo para os próximos 50 anos.”
AVANÇOS
Segundo o executivo, embora os aviões da Energia Family ainda estejam em fase de projeto, a companhia já avançou na redução das emissões de suas aeronaves. A empresa testou SAF, misturas de cana de açúcar e combustível derivado da planta de camelina e combustível fóssil em sua família de E-Jets. A meta da Embraer é ter todos os aviões compatíveis com SAF até 2030.
“SAF é a melhor opção para reduzir emissões, temos experiência para elevar sua escala. Estamos trabalhando para produzi-lo no Brasil com parceiros.”
De acordo com o diretor de Inteligência de Mercado da Embraer aviação comercial, Rodrigo Silva e Souza, a pandemia trouxe mudanças na cadeia global, o que impacta diretamente o setor de aviação. “Vemos mudanças em supply chain, com empresas buscando fornecedores mais próximos. Isso vai mudar a demanda pela aviação e nós estamos preparados para esse novo cenário.”