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Ex-membro da equipe econômica diz que saída de Funchal e Bittencourt era esperada

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Estadão Conteúdos

Os pedidos de demissão do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, era uma coisa óbvia e esperada por um ex-secretário da equipe economia de Paulo Guedes, que pediu para não ter seu nome revelado.

“São dois ótimos profissionais que têm um nome a zelar e a economia está se desviando do que era o propósito inicial, de um governo liberal, sem intervenções e compromissado com o tripé macroeconômico”, disse a fonte.

Para ao ex-secretário, o DNA de Funchal e Bittencourt é de profissionais liberais, com visão menos intervencionista e de responsabilidade macroeconômica clássica, que prezam por câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação.

“Contas públicas são importantes, câmbio e inflação são importantes. O mercado não é senhor das coisas, mas tem que valorizar as respostas que ele dá ao que o governo faz”, considerou a fonte.

Para ela, com o DNA liberal não se pode falar em quebra de contatos como foi o caso dos precatórios, não se pode fechar os olhos para uma inflação de dois dígitos. Há que se cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Regra de Ouro.

“Para o que estão querendo fazer é preciso outra equipe. Contrataram músicos para tocarem Beethoven e agora querem que eles toquem tango. Tem que ser outra equipe”, disse o interlocutor.

O ex-secretário questiona o valor de R$ 400 para o novo Bolsa Família. “Por que não R$ 500 ou R$ 5 mil? Se é só vontade política, porque não aumentar o salário mínimo para R$ 20 mil? Porque na pratica as contas precisam fechar”, afirmou, acrescentando que amanhã os ativos devem piorar em reposta às demissões de Funchal e Bittencourt.