O aviso foi feito na reunião que Campos Neto teve com os sindicatos no início da noite de sexta-feira, 3. No mesmo encontro, que ocorreu de forma virtual, o presidente do BC afirmou que a autarquia iria enviar ao Ministério da Economia uma proposta de minuta com a pauta não-salarial da categoria, como a exigência de ensino superior no concurso público para todos os cargos do órgão e a definição da carreira como típica de Estado.
Outras fontes próximas ao assunto afirmaram que o governo teria avisado que foi batido o martelo de que não haverá aumento para os servidores este ano. Mas poderia ainda reajustar o vale-alimentação.
O uso da reserva de R$ 1,7 bilhão que foi feita no Orçamento para os reajustes dos servidores federais para abater na necessidade de contingenciamento de despesas discricionárias para cumprir o teto de gastos reforça esse entendimento de que não terá aumento para o funcionalismo.
Não houve comunicação oficial aos sindicatos ainda, que esperam esse anúncio para ver como fica a mobilização daqui para frente. “Não vejo como manter greve por tanto tempo depois de julho sendo que há legislação que proíbe reajuste 6 meses antes do fim do ano. Por mais que pare o País, governo já vai estar amarrado”, disse uma fonte.
No BC, Faiad disse que o indicativo é de continuidade da greve, que começou em 1º de abril, na assembleia que ocorre amanhã. O Sinal está planejando fazer protesto em frente ao BC na hora da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 15 de junho, como no último encontro.
“Só que com mais força desta vez. O Focus foi apenas parcial porque os grevistas não deixaram sair completo. Também vamos intensificar os efeitos sobre a divulgação da ptax e as reuniões com o sistema financeiro.”
A necessidade total de bloqueio para cumprir o teto de gastos é de R$ 8,702 bilhões, mas o governo informou que abateu desse valor a reserva de R$ 1,737 bilhão feita na Lei Orçamentária Anual (LOA) para o reajuste de servidores, chegando ao bloqueio efetivo de R$ 6,965 bilhões.