O faturamento real da indústria de transformação cresceu 0,70% em novembro, na comparação com outubro, retirados os efeitos sazonais, informou a Confederação Brasileira da Indústria (CNI). O avanço no penúltimo mês de 2021 reverte uma sequência de três quedas consecutivas, em que houve tombo acumulado de 7,8%.
“A alta reverte a queda do mês anterior, mas mantém o faturamento real em patamar relativamente baixo, inferior ao faturamento realizado entre outubro de 2020 e julho de 2021”, diz a CNI, em nota.
Na comparação com novembro de 2020, o faturamento real registrou queda de 9,1%. Já no acumulado de janeiro e novembro de 2021, o crescimento é de 4,6% ante o mesmo período de 2020.
Por outro lado, a Utilização da Capacidade Instalada teve retração pelo quinto mês consecutivo em novembro, de 0,1 ponto porcentual, para 80,5%, na série livre de influências sazonais. Apesar disso, está 1,1 ponto acima do mesmo mês de 2020 e se encontra em nível elevado em relação ao período anterior à pandemia, em 2019.
A CNI ainda informou que o emprego nas fábricas aumentou 0,20% na mesma base de comparação após três meses de estabilidade. Com esse resultado, a CNI afirma que o indicador retomou a trajetória crescente iniciada no segundo semestre de 2020 e que havia desacelerado a partir de junho de 2021. Ante novembro de 2020, o avanço foi de 4,1%. De janeiro a novembro do ano passado, a alta acumulada foi de 4,2%.
O número de horas trabalhadas na produção, a massa de rendimentos e o rendimento médio real também tiveram resultado positivo em novembro, segundo a CNI.
As horas trabalhadas na produção avançaram 0,7% em novembro em relação a outubro, com ajuste sazonal. A alta, porém, não foi suficiente para compensar a queda de outubro (0,9%). Frente a novembro de 2020, o aumento foi de 1,6%. No acumulado de 2021, por sua vez, há crescimento de 10,1% frente ao mesmo período do ano anterior.
A massa salarial real da Indústria de Transformação teve aumento de 1,1% em novembro na comparação com outubro. A CNI, contudo, destaca que a massa salarial continua aquém do patamar pré-pandemia e, desde agosto de 2020 tem mostrado dificuldades para se recuperar de forma consistente. O indicador registrou recuo de 1,2% frente a novembro de 2020 e tem alta de 1,0% no acumulado de 2021.
Já o rendimento médio real cresceu 0,7% na margem dessazonalizada, quebrando uma sequência de quatro recuos de julho a outubro. Nesse indicador, a CNI também aponta forte tendência de queda, vista na comparação interanual (-5,1%) e no acumulado de janeiro a novembro do ano passado (-3,0%).
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o avanço disseminado dos indicadores reflete a recuperação moderada provocada pela maior circulação de pessoas e pela confiança com o arrefecimento da crise sanitária em novembro. “Os avanços, contudo, são insuficientes para reverter a tendência de queda do faturamento e da massa salarial reais, pressionados pela inflação, em elevação em 2021”, pondera.