Depois disso, o momento de mais altas “graduais” depende dos indicadores. Ela afirmou esperar que os juros subam ao longo do ano, “mas o quanto e quão rapidamente e durante quais reuniões – essas coisas vou deixar em aberto”.
Neste ano sem direito a voto nas decisões de política monetária, Daly disse que a economia americana continuará a se expandir, mas em ritmo menor. “Eu não avalio que nossos ajustes políticos atrapalharão os fundamentos básicos de um mercado de trabalho forte”, comentou.
Na entrevista, ela não quis dar uma definição para “ritmo gradual” no aperto monetário. “Estou com a mente muito aberta, muito dependente dos dados em relação a isso”, afirmou.
Sobre os planos de reduzir o balanço, Daly disse pensar que o Fed poderia começar a fazer isso mais cedo que no ciclo anterior e em ritmo mais rápido, mas sem especificar o processo. Segundo ela, caberá a todos os dirigentes essa decisão. Há uma concordância disseminada sobre como aumentar o balanço impulsiona a economia durante momentos de baixa, mas há muito menos acordo sobre o efeito de o Fed reduzir o balanço, notou. “É uma ferramenta secundária.”
Questionada sobre sua projeção para a inflação no fim deste ano, Daly disse que é improvável que o Fed possa levá-la de volta à meta de 2% ainda em 2022. “Queremos ver um movimento de baixa na inflação e sinto confiança de que poderemos ter pressão de baixa sobre a inflação”, afirmou.
A presidente do Fed de São Francisco ainda se mostrou otimista de que, após a onda de casos da variante Ômicron da covid-19 ter sido superada, o crescimento econômico será “robusto”. Segundo ela, uma taxa de crescimento sustentável para os EUA neste momento deve estar na faixa entre 1,8% e 2%.
Ela ainda disse que, mesmo com quatro ou cinco elevações de juros neste ano, o Fed seguiria abaixo do nível “neutro” de 2,5% da taxa básica, portanto ainda apoiaria o mercado de trabalho. Ela afirmou não ver evidência de que o mercado de trabalho está excessivamente aquecido. Ainda segundo a dirigente, ela foi otimista demais sobre o fim da pandemia, num primeiro momento. As ondas de casos do novo coronavírus têm provocado desequilíbrios que no fim das contas impulsionam a inflação, afirmou ela.